Nos Caminhos da Práxis: UFFS encerra etapa de formação com municípios da Amosc
Projeto durou 2 anos e envolveu cerca de 1200 professores da região

Publicado em: 15 de agosto de 2019 12h08min / Atualizado em: 15 de agosto de 2019 14h08min

A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e a Associação dos Municípios do Oeste Catarinense (Amosc) realizaram, na manhã desta quinta-feira (15), cerimônia que marcou o encerramento de acordo de cooperação para formação continuada de professores.

O acordo de cooperação previu, durante dois anos, atividades de formação continuada de professores dentro do Programa Nos Caminhos da Práxis, realizado pela UFFS nos três estados do Sul.

Foram realizados três ciclos de formação, desenvolvendo ações como palestras, oficinas, mesas de estudos e debates com temas da atualidade, educacionais e pedagógicos e por áreas de currículo.

Em números, o programa envolveu 21 municípios integrantes da Amosc, 1200 professores das redes municipais e 58 docentes da UFFS.

Desde 2018 as ações de formação tiveram como foco a reestruturação curricular, a partir da instituição da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), trabalho que resultou no desenvolvimento de oficinas de formação, com ensaios metodológicos, e no documento "BNCC e o movimento de reorganização curricular das redes municipais de educação da Amosc: elementos para um currículo regional".

O pró-reitor de Extensão e Cultura da UFFS, Émerson Neves da Silva, comenta sobre a parceria com a Associação. “Tivemos uma parceria muito frutífera. Foram 21 municípios envolvidos nas ações de formação com os professores da rede, isso possibilitou que a UFFS se aproximasse mais do território, das próprias redes educacionais, dos municípios e principalmente aproximou nossos alunos e docentes da educação municipal. A formação realizada pelo Nos Caminhos da Práxis não teve um caráter tradicional, de transmissão de conteúdo, ela foi realizada através da escuta e do diálogo com as equipes de formação. A avaliação feita foi muito boa, pelos municípios e escolas e também pelo Programa e pela Universidade”, avalia.

A presidente do colégio dos secretários de Educação da Amosc e secretária de Educação do município de Nova Erechim, Eunice Terezinha Bruschi, também avalia como positiva a aproximação entre Universidade e comunidade escolar, propiciada pelo programa de formação. “Muitas vezes o trabalho realizado no município, com os alunos, ainda se fazia um pouco distante da formação acadêmica, por isso a importância da Universidade liderar programas como esse, de construção conjunta com o grupo de professores”, diz.

Segundo Eunice, as mudanças nas escolas são visíveis. “A maior mudança que a gente percebe diariamente na escola é esse processo do professor expor suas ideias e refletir sobre suas ações,  percebendo-se como parte parte do processo de mudanças. Isso está causando um movimento de busca pelo conhecimento. O professor está procurando se informar mais, trocar mais informações”.

BNCC e o movimento de reorganização curricular das redes municipais de educação da AMOSC: elementos para um currículo regional.

Na cerimônia desta quinta, o documento "BNCC e o movimento de reorganização curricular das redes municipais de educação da AMOSC: elementos para um currículo regional" foi entregue aos secretários municipais de educação. O documento é resultado das discussões realizadas no Programa desde 2018.

O professor Willian Simões, formador do Programa, explica que o documento entregue hoje é resultado de um movimento de reorganização curricular das redes municipais de Educação da região da Amosc. “É um documento que é resultado de um trabalho coletivo, realizado entre a UFFS, Unochapecó, Amosc e as secretarias municipais de Educação. Esse documento dialoga com o movimento nacional que vem se desenvolvendo a partir da Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Mas nós fizemos todo um trabalho de adequação e reorganização a partir dos interesses dos municípios. Consideramos as trajetórias, documentos como a proposta curricular de Santa Catarina e a publicação da base do território catarinense e tentamos dar a cara dos princípios pedagógicos das redes e dos interesses regionais”, conta.

Simões pontua que esse não é um documento vertical, partiu de uma construção coletiva, o que trouxe novos contornos em relação à BNCC. “Ele respeita alguns elementos da Base, principalmente os conjuntos de habilidades e competências, mas nós criamos novos dispositivos. Não trabalhamos com 'rol de conteúdos', trabalhamos com 'mobilização de conhecimentos', criamos a categoria chamada 'fontes pedagógicas da realidade', que é para provocar os professores, na etapa de planejamento, a olhar nas fontes da realidade, como a vida dos estudantes, nas fontes educativas, sejam elas simbólicas, físicas, naturais, econômicas. Trabalhamos também numa perspectiva de avaliação formativa, sem viés punitivo. Esse foi um pouco o exercício que fizemos durante esses anos”, finaliza.

Eunice, de Nova Erechim, aponta que o “documento que está sendo finalizado e entregue é muito bom. Claro que ele não contempla tudo, pois quando falamos de educação, o todo é subjetivo. Mas ele está contemplando um percentual muito grande das necessidades dos municípios. E nesse ponto, a universidade acolheu os municípios, trabalhou numa perspectiva de mão dupla: ouvindo e construindo. Hoje o professor tem um documento que ele conhece, não é um livro que veio pronto, uma cartilha para seguir e esse é o principal ganho”, diz.

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