Nos caminhos da práxis: UFFS inicia programa de formação continuada de professores
A iniciativa é da Pró-reitoria de Extensão e envolve municípios dos três estados do Sul do Brasil

Publicado em: 19 de julho de 2017 16h07min / Atualizado em: 21 de julho de 2017 09h07min

Iniciou, na terça-feira (18), o programa de formação continuada de professores da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Intitulado “Nos caminhos da práxis”, o programa tem foco no desenvolvimento em mediação pedagógica e abrangerá, durante seu desenvolvimento, reflexões sobre as concepções pedagógicas, metodológicas e curriculares, aliando abordagens temáticas: Educação Ambiental, Igualdade Étnico-racial, Indígena, Educação Especial, Inclusão, Direitos Humanos e Cidadania, Educação do Campo, Gestão Educacional, Identidade e Memória Educacional.

Coordenado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFFS, o programa envolve 54 municípios da mesorregião da Fronteira Sul e pretende integrar mais de 4 mil professores da rede básica. A carga horária de formação prevista para este primeiro ano de desenvolvimento do programa é de 40 horas.

Segundo o pró-reitor de Extensão e Cultura, Émerson Neves da Silva, “o Programa surge da constatação da grande demanda da comunidade regional, de prefeituras e de outras instituições para formação continuada de professores. Com isso, conseguimos equalizar a demanda com as possibilidades do corpo docente da UFFS. Esta proposta é inovadora porque conseguimos dialogar com as associações de municípios”. Émerson explica que o “centro da proposta está em poder realizar uma formação que alia teoria e prática, de caráter permanente, que consiga trazer como temática a realidade da escola e poder problematizar à luz de teorias”.

O reitor em exercício, Antônio Inácio Andrioli, aponta para o compromisso da UFFS com a formação de professores. “O Governo Federal assumiu a responsabilidade da formação de professores há um bom tempo e a UFFS se insere nesse compromisso. Fazemos formação através da extensão, que é um dos tripés das universidades públicas. É um processo enriquecedor, pois é uma atividade em via de mão de dupla, pois nós também aprendemos com processo e contextualizamos o conhecimento. Sem dúvida, o movimento de formação dos educadores, a produção de coletivos que se formam e a sistematização disso tudo é uma das atribuições da Universidade”, aponta.

A abertura do programa aconteceu no Campus Chapecó. Mas o programa de formação acontece, em Santa Catarina, em quatro polos, nas cidades de: Chapecó, Quilombo, São Carlos e Nova Erechim. Ainda acontecem formações no Rio Grande do Sul e no Paraná.

 

Polos Chapecó e Quilombo

Os polos de Chapecó e Quilombo tiveram formações nos dias 18 e 19 de julho. Em Chapecó, participaram professores das redes dos municípios de Águas Frias, Arvoredo, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Nova Itaberaba e Paial. Já em Quilombo, participaram professores de Quilombo, Irati, Santiago do Sul, Formosa do Sul e Jardinópolis.

Um dos temas desse primeiro encontro de formação foi “Desenvolvimento humano e mediação pedagógica: olhar a partir da Base Nacional Comum Curricular”, ministrado, em Chapecó, pelos professores Adriana Andreis e Willian Simões. De acordo com a professora Adriana, toda a formação é pautada na repetição sobre os processos de ensinar e aprender. “Nesse sentido, esse encontro de abertura é um momento no qual nós trazemos os pressupostos educativos que compreendem o entendimento do desenvolvimento humano e o entendimento da mediação pedagógica e fazemos isso estabelecendo um diálogo com a base nacional curricular que envolve os conteúdos, que nós entendemos como conhecimentos científicos, que estão na sala de aula para serem trabalhados na educação básica. Então, hoje, é um diálogo provocativo, para pensar sobre os processos que sustentam nosso fazer e o nosso pensar em sala de aula. Esperamos que ele sirva como desencadeador de elos reflexivos para todos os outros encontros que faremos e que serão direcionados para as áreas do conhecimento, hoje é algo mais de sustentação teórica”, pontua.

Professores Willian Simões e Adriana Andreis durante formação no Campus Chapecó

Durante o encontro também foram trabalhadas as seguintes temáticas: Inclusão Educacional, Educação Democrática e Qualidade de Vida e Saúde do Professor.

A professora do município de Coronel Freitas, Cristine Zanetti, que atua na Educação Infantil e Ensino Fundamental, comenta que a expectativa da formação é no sentido de compartilhá-la com os colegas e vivenciar novas experiências. “Já participei de outras formações da UFFS e foram muito significativas para o processo de ensinar. Em 2015 e 2016, por exemplo, tivemos uma formação sobre meio ambiente. Quando voltamos para a escola, desenvolvemos um projeto de jardim na escola. Foi muito interessante, pois as famílias participaram da atividade com as crianças, então contribuiu para esse processo participativo família-escola e deu nova vida para a escola. São essas coisas que fazem valer a pena a formação continuada, o fato de ela realmente nos dar retorno e contribuir para o processo formativo na escola”, conta.

João Carlos Dalla Costa, professor do Colégio Municipal Branca de Neve, do município de Quilombo, comenta sobre a necessidade de atualização profissional. “Estas atividades de formação continuada são fundamentais, pois o trabalho do professor exige reciclagem e atualização constante. A prática pedagógica realizada durante o dia a dia com os alunos necessita de uma boa preparação e isso se dá por meio destes cursos”.

Para a professora do Município de Formosa do Sul, Eliamara Casagrande, é um momento de aprendizagem. “É muito importante para esclarecer dúvidas e buscar novas alternativas e meios para gerir nosso trabalho. Estas atividades servem também para ficarmos mais comprometidos com os processos de aprendizagem pois muitas vezes ficamos limitados ao nosso pequeno mundo. Precisamos de alguém que nos traga algo novo e ao mesmo tempo desafiador, por isso a relevância da formação continuada”.

Professora Zuleide Maria Inácio ministrou formação, para o polo de Quilombo, sobre Qualidade de Vida e Saúde do Professor

Odenir Petroli, secretário de educação do Município de Nova Itaberaba e também coordenador do Colegiado Microrregional dos Secretários Municipais de Educação da Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina – AMOSC, reforça o compromisso dos municípios com a formação de professores. “O professor precisa de novas ideias, precisa de orientação, por isso a formação tem de ser continuada. Através da capacitação o professor se habilita cada vez mais para poder levar para as escolas, para o seu dia a dia um trabalho qualificado e diferenciado”, afirma.

Até o final de 2017 estão previstas oito etapas em cada um dos polos formados nos estados, com momentos gerais com todos os professores participando e depois momentos com supervisões de mediadores, que desenvolverão atividades nas escolas que pertencem à rede municipal.