Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação avalia mandatos na gestão do FOPROP
Joviles Trevisol ocupa o cargo de presidente do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação desde 2017

Publicado em: 21 de novembro de 2018 17h11min / Atualizado em: 03 de dezembro de 2018 15h12min

O Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFFS, Joviles Vitório Trevisol, participa do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (FOPROP) desde o ano de 2010. Em 2012, foi eleito para o cargo de vice-coordenador e em 2013 passou a coordenador da Região Sul. Entre os anos de 2014 a 2016 foi eleito secretário executivo do Diretório Nacional do órgão. Em 2017 foi eleito presidente do Fórum, cujo mandato encerra dia 31 de dezembro de 2018.

O FOPROP completou, em 2018, 33 anos de existência. Participam do Fórum instituições públicas federais, estaduais, municipais, comunitárias, confessionais e privadas, além de institutos de pesquisa e os institutos federais de educação científica e tecnológica. No total, o Fórum conta com 256 instituições associadas. O FOPROP participa e contribui, de forma direta na formulação e implementação das políticas de ciência, pós-graduação, tecnologia e inovação do país.

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFFS, Joviles Trevisol (no centro), em reunião do FOPROP

A seguir Trevisol fala de sua experiência e da importância institucional para a UFFS em ter um membro da gestão em cargo de relevância nacional.

Como são organizadas as eleições para os cargos na FOPROP?
Trevisol - As eleições ocorrem durante o Encontro Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação – ENPROP, com a realização da Assembleia Geral da entidade e presença de representates de todas as associadas. Neste ano, em Florianópolis, ocorreu o XXXIV ENPROP, momento em que foi eleita a nova Diretoria para o mandato 2018-2019. Foi eleito o professor Márcio Castro da Silva Filho, Pró-reitor Adjunto de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo.

Como o senhor avalia esta experiência?
Nos últimos anos tive uma atuação bastante intensa na entidade, decorrente da convicção de que o FOPROP auxilia muito as instituições e o trabalho cotidiano desenvolvido pelos pró-reitores e pelos coordenadores de pós-graduação, sobretudo das Instituições de Ensino Superior novas, pequenas e localizadas nas regiões mais distantes do país. Por meio do Fórum, os pró-reitores recebem informações diariamente e são orientados sobre os mais variados temas.

Qual a importância da entidade no contexto nacional?
O FOPROP, por meio de seu presidente, participa dos Conselhos Superiores das principais agências de fomento e de avaliação do país: CAPES, CNPq e FINEP. Participa, além disso, do Conselho Técnico-Científico da CAPES (CTC-Educação Superior), da Comissão Especial de Acompanhamento do Plano Nacional de Pós-Graduação, do Conselho de Administração do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e de inúmeros grupos de trabalho e comissões. A entidade tem atuação, portanto, nas principais instâncias que decidem políticas, programas e orçamento para a pós-graduação, a pesquisa e a inovação do país.

Quais foram as principais ações implementadas?
Foram anos de muito trabalho e de excelentes resultados. No período que exerci a presidência da entidade liderei inúmeras ações e frentes em âmbito nacional, cabendo destaque para algumas: participei de praticamente todas as reuniões do Conselho Superior da Capes, do Conselho Deliberativo do CNPq, do Conselho Consultivo da FINEP, Conselho de Administração do CGEE e do Conselho Superior da FAPESC; participei, desde 2016, das reuniões regulares do Conselho Técnico Científico de Educação Superior (CTC-ES) da CAPES, instância que avalia as propostas de novos cursos de mestrado e doutorado, assim como avalia o desempenho dos programas a cada quatro anos. Tive a oportunidade de participar da Avaliação Quadrienal, finalizada em 2017; integrei e presidi alguns Grupos de Trabalho e Comissões de grande importância para a Pós-Graduação e a pesquisa no Brasil, entre a CAPES/FOPROP e CNPq/FOPROP; integrei a Comissão Especial de Acompanhamento do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG). Por delegação do Conselho Superior da CAPES, a Comissão dirigiu uma consulta às principais entidades brasileiras representativas da comunidade acadêmica e científica (ABRUEM, ANDIFES, ABRUC, ABC, CNPq, CNE, CONSECTI, CTC-ES, FINEP, FOPROP, SBPC etc.) com o propósito de avaliar o atual sistema de avaliação da Pós-Graduação brasileira. O FOPROP foi a primeira entidade a enviar suas contribuições à Comissão por meio de um documento contendo dezenove itens centrais. O Documento Final elaborado pela Comissão foi aprovado pelo Conselho Superior da Capes em 10 de outubro desse ano. Ele propõe inúmeras melhorias, sendo a principal delas um novo modelo de avaliação (a multimensional). Tendo em vista a centralidade desse assunto, dediquei todas as minhas energias nesse trabalho. De todas as atividades que desenvolvi na Presidência da entidade esta foi, seguramente, a que mais contribui do ponto de vista conceitual e estratégico; contratei uma sede para a entidade em Brasília (prédio do CRUB) e uma empresa para o desenvolvimento do portal da entidade (www.foprop.org.br); além disso, participei da revisão e aprovação do novo Estatuto da entidade, ocorrida no ENPROP 2018.

Na sua avaliação, quais foram os principais benefícios institucionais da UFFS durante este período?
Sempre tive muito claro que as pequenas e médias instituições, sobretudo as localizadas nas regiões mais longínquas do país, são as que mais precisam e se beneficiam do FOPROP. A pesquisa e a Pós-Graduação são atividades de alta complexidade. A consolidação dessas áreas exige, além de trabalho e investimentos permanentes, também uma visão estratégica. O FOPROP oferece às instituições associadas informações essenciais. Ele ajuda a formar os pró-reitores, tendo em vista o fato de que a maioria chega ao exercício da função sem experiência prévia e formação específica. Em geral, aprende-se a ser pró-reitor no exercício da função. O Fórum auxilia muito os pró-reitores a formularem políticas, programas e linhas de fomento estratégicos para a criação e consolidação da pós-graduação, pesquisa e inovação. Uma boa visão estratégica, aliada a uma gestão eficiente fazem uma enorme diferença. Os pró-reitores precisam conhecer como funciona o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), pois a Pós-Graduação no Brasil é regulada e financiada por agências nacionais, sobretudo pela CAPES. Também precisa conhecer e operar adequadamente o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, particularmente como funcionam o CNPq, a FINEP e as Fundações Estaduais de Ciência e Tecnologia. Esse conhecimento faz uma enorme diferença. O exercício do cargo de pró-reitor de pesquisa e pós-gradução exige conhecer, por dentro, os sistemas nacionais, as agências de avaliação e de fomento e as instituições que financiam no país e no exterior. A internacionalização também está colocando novos e grandes desafios. Cabe aos pró-reitores impulsionarem as áreas de atuação cujo desenvolvimento depende do apoio e das parcerias de outras instituições nacionais e estrangeiras. A UFFS é, seguramente, uma beneficiária direta de todo esse trabalho e aprendizado. Estamos construindo uma robusta Pós-Graduação. Em oito anos aprovamos, até o momento, 15 programas. Acabamos de aprovar no Conselho Universitário (CONSUNI) o Plano de Consolidação da Pós-Graduação, que define as ações estratégicas.

Qual foi o principal aprendizado?
Aprendi muito nesse período, sobretudo com as outras instituições. Aprendi o que dá certo e o que dá errado. Aprendi o que é estratégico e os caminhos para fazer avançar. O meu trabalho no FOPROP sempre foi orientado pelo espírito público e pela transparência. Nunca utilizei o Fórum para produzir benefícios indevidos para a minha instituição ou para qualquer outra. A UFFS, assim como todas as demais instituições, se beneficiaram e se apropriaram igualmente do trabalho que desenvolvi. Essa experiência acumulada precisa continuar produzindo benefícios. No caso da UFFS, o principal deles é consolidar uma Pós-Graduação de qualidade e uma pesquisa em condições de dialogar e interagir com os melhores centros de pesquisa e tecnologia do Brasil e do exterior. A internacionalização é um desafio estratégico.