Jaime Giolo toma posse no MEC e cumpre agenda oficial

Publicado em: 22 de fevereiro de 2011 08h02min / Atualizado em: 20 de março de 2017 15h03min

O reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Jaime Giolo, esteve em Brasília nos dias 17 e 18 cumprindo extensa agenda envolvendo assuntos de interesse da instituição. Entre eles, discussão do plano de obras e a possibilidade de contratações e concursos para 2011. Na programação, cerimônia de posse como reitor da UFFS, na manhã do dia 17 na sede do MEC.

Na quinta-feira 17, o primeiro compromisso no MEC foi a solenidade de posse como reitor pro tempore da UFFS, às 11 horas. Na ocasião, Jaime Giolo encaminhou convite ao ministro da Educação, Fernando Haddad, para proferir uma Aula Magna na instituição. À tarde, participou de audiência com o secretário de Educação Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa.

Após esteve reunido com Adriana Rigon Weska, da Diretoria de Desenvolvimento de Rede de Instituições Federais de Ensino Superior do MEC, e com o coordenador-geral de Gestão da Rede de Ifes do MEC, Marcos Aurélio Brito. Ainda no dia 17, a agenda de eventos prosseguiu na Diretoria de Regulação do Ensino Superior, onde Giolo conversou com o secretário Paulo Roberto Wollinger.

No dia 18, o reitor da UFFS iniciou seus compromissos na capital federal com uma visita à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do MEC para conversa com a coordenadora-geral de Avaliação e Acompanhamento,  Ana Maria Ferreira Leite, e com a coordenadora-geral do Portal de Periódicos, Elemara de Almeida. No âmbito da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Mec (Setec) Jaime Giolo tratou da agenda de uma visita do secretário do órgão, Elieser Moreira Pacheco, à UFFS.

Outro compromisso do dia foi uma conversa com José Roberto Correia, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), ocasião em que se tratou do Grupo Conexão de Saberes do Programa de Educação Tutorial (PET) do MEC. De acordo com o reitor Jaime Giolo, outros assuntos tratados nos dois dias em Brasília ficaram por conta do programa de capacitação de docentes, dos programas de pós-graduação da UFFS, além do Programa de Doutorado Interinstitucional (Dinter).

Abaixo discurso de posse do reitor da UFFS, Jaime Giolo, proferido no MEC dia 17 de fevereiro.

Excelentíssimo Sr. Ministro de Estado da Educação, Fernando Haddad.

Excelentíssimo Sr. Secretário da Educação Superior, Luis Cláudio Costa

Magnífico Reitor da Universidade Federal de Rondônia, José de Oliveira Amaral

Excelentíssimo Sr. Deputado Federal, Pedro Uczai

Excelentíssimo Sr. Deputado Federal, Elvino Bohn Gass

Excelentíssima Sra. Deputada Federal, Luci Teresinha Choinacki

Excelentíssimo Sr. André Lázaro, neste ato representando a Ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes

Prezada Senhora Adriana Rigon Weska e Prezado Sr. Marcos Aurélio Brito, da Diretoria de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior

Prezado Senhor Ricardo Collar, Secretário Executivo da Empresa Brasil de Comunicação

Prezada Senhora Jaqueline Moll, Diretora do Programa Mais Educação

Senhoras e Senhores:

As palavras que vou pronunciar neste momento são, como se poderá perceber de imediato, matizadas por sentimentos variados, entre eles: reconhecimento, compromisso e alegria.

Sejam, por justiça, minhas primeiras palavras as de reconhecimento e agradecimento.

Ao Ministro Fernando Haddad pela oportuna,  adequada e corajosa política de expansão e democratização da educação superior pública (em específico da rede federal) que está levando à frente com determinação e desenvoltura. A amplitude da política educacional brasileira impacta fortemente as práticas de nossas escolas, em todos os níveis, e, já caminha na direção de outros países com os quais temos relações e compromissos históricos. Em todos os momentos em que foi chamada para se manifestar, a sociedade brasileira chancelou essa política e a historiografia registrará, no futuro, a profunda e abrangente revolução que se está operando no presente.

No contexto dessa política, foram traçados o nascimento e o destino da instituição que me cabe, agora, dirigir. Agradeço, de forma particular, a confiança depositada em mim na tarefa de continuar o trabalho, pro tempore, até aqui, liderado pelo Reitor Dilvo Ristoff, e ao qual secundei como vice-reitor desde 15 de janeiro de 2010.

Associo-me ao sentimento da comunidade acadêmica da Universidade Federal da Fronteira Sul e da comunidade regional para reconhecer e agradecer o dedicado e incansável trabalho prestado pelo reitor Dilvo Ristoff. De sua experiência, coragem e determinação brotaram os principais traços que caracterizam essa instituição: compromissos com Região da Fronteira Sul, compromissos com a escola pública, compromissos com os pobres, compromissos com a alta ciência, tecnologia e cultura, compromissos com a agroecologia, com o meio ambiente, com a sustentabilidade. Compromissos com os movimentos sociais. Compromissos com a democracia.

A crônica do processo de implantação da UFFS mostra a centralidade da figura do presidente da Comissão de Implantação e do Primeiro Reitor. Suas decisões rápidas e oportunas deram vida e materialidade, em tempo recorde, a um projeto universitário multicampi de grande magnitude. A surpresa da rápida instalação não deixou de manifestar-se mesmo entre os habitantes dos municípios que sediam nossos campi universitários, e, em alguma medida, atinge os próprios integrantes da comunidade acadêmica.

Reconhecer e agradecer o empenho dos movimentos sociais, de muitos líderes políticos e de organismos da sociedade civil é, antes de tudo, questão de justiça, porque sem eles a Universidade Federal da Fronteira Sul jamais teria surgido. Esse empenho continua de muitas formas, principalmente por meio do Conselho Estratégico Social, criado especialmente para garantir essa interlocução, e também por meio dos demais Conselhos da instituição, nos quais a presença da comunidade externa é já letra escrita no estatuto da instituição.

A Universidade Federal de Santa Catarina, nossa instituição tutora, foi decisiva no processo de implantação da UFFS. Pessoas, bens e conhecimento desaguaram e deságuam da UFSC em direção à UFFS, fazendo com que um pequeno olho d’água rapidamente se tornasse um rio caudaloso.

Finalmente, é preciso reconhecer o envolvimento sem limites da comunidade acadêmica propriamente dita, nessa verdadeira cruzada em favor de uma universidade pública e popular. Nossas carências e precariedades, principalmente em termos materiais, foram, de maneira geral, entendidas e assumidas como desafios, como estímulos para trabalhar mais e melhor. Já estamos colhendo frutos dessa obstinação.

Ditas as palavras de reconhecimento e agradecimento é preciso partir para os compromissos. Renovo, pois, o compromisso de continuar, nas mesmas sendas, o projeto da UFFS. As bases estão lançadas e estão firmes. Mais do que isso: são bases excelentes. Não me afastarei delas. Não nos afastaremos.

A decisão que tomei de deixar a Universidade de Passo Fundo, depois de 24 anos de casa, topo de carreira (titular III), para realizar concurso na UFFS e assumir a Vice-Reitoria denota claramente minha adesão profunda a este projeto. Trago uma já longa experiência acadêmica e administrativa que a estou colocando, in totum, à disposição da UFFS. Mas não é a minha experiência anterior o balizamento essencial de minha ação. É a experiência que fiz no âmbito da própria UFFS e o aprendizado que nela tive que estão fornecendo o combustível principal para meu entusiasmo e minha determinação.

Sei que os desafios não são pequenos e nem poucos. Posso antever o futuro da UFFS: cinco cidades universitárias plenamente construídas; graduação consolidada e ampliada; pós-graduação implantada e tornada referencia nacional; extensão e cultura plenamente reconhecidas.

Esse futuro, entretanto, faz exigência. O futuro sempre exige. Vamos transfigurar, em 2011, nossos terrenos vazios em canteiros de obras. Os prédios das salas de aula, dos laboratórios são os primeiros. Quase ao mesmo tempo faremos surgir o prédio da administração, o prédio dos professores, o restaurante universitário, a moradia estudantil, a biblioteca. Logo adiante, mas sem muita demora, teremos o nosso centro de convivência e centro de eventos. É possível imaginar quanto trabalho isso está dando e quanto ainda vai dar. Não somente para construir mas também para equipar essas cidades universitárias. Mesmo assim estamos firmes na meta de mudarmos, em 2012, para as novas instalações.

Fizemos, em 2010, uma Conferência de ensino, pesquisa e extensão que durou vários meses e colheu ideias e propostas de todos os segmentos da comunidade interna e também da comunidade externa. Com base nessa Conferência, estamos orientando nossas ações junto aos 33 cursos de graduação que estão em funcionamento, com, já, aproximadamente quatro mil alunos matriculados (considerando o atual processo seletivo). Dessa Conferência também derivam nossos projetos no terreno da pós-graduação e da extensão. Há sete grupos de trabalho confeccionando programas de pós-graduação stricto sensu. A extensão está abrindo caminhos largos em direção a comunidade externa e vários projetos já estão sendo executados. Programas de bolsas de iniciação científica e de extensão já foram desenhados e começarão a funcionar em 2011.

Estamos trabalhando no planejamento estratégico da instituição, na elaboração do PDI e no processo de avaliação institucional.

Em termos administrativos, já conseguimos organizar as instâncias de Gestão de Pessoas, Compras, Patrimônio, Contabilidade, Finanças. Há muito por fazer, mas já podemos andar com as próprias pernas. Nossa biblioteca ganha corpo a cada dia e nossos serviços de informação também. Logo mais teremos nossos cinco campi integrados por video-conferência. Estamos também implantando sistemas gerenciais informatizados, a exemplo do sistema acadêmico que já está em operação, com elevado grau de confiabilidade e eficiência.

Criamos uma Diretoria de Assistência ao Educando que atua fortemente no sentido de garantir a permanência do aluno e seu progresso nos estudos. Mais de setecentos alunos foram contemplados com bolsas de iniciação  acadêmica e de permanência, além de outros benefícios como auxílio moradia e auxílio transporte.
Manteremos um compromisso especial com o processo seletivo da UFFS. A Utilização da nota do Enem, corrigida pelo fator escola pública, fez com que tivéssemos, em 2010, 92% dos nossos alunos com ensino médio realizado totalmente em escola pública. Esse percentual é maior na primeira chamada de 2011: acima de 95%.

Considerada ainda a primeira chamada de 2011, 36% dos alunos provém do Rio Grande do Sul; 32% de Santa Catarina e 24% do Paraná, ou seja, 92% pertencem à região de abrangência da UFFS. Desses selecionados, 67% provém de famílias com renda até 3 salários mínimos; 91% provém de famílias com rendimentos até 6 salários mínimos. Estamos, portanto, falando de uma universidade verdadeiramente popular.

É claro que isso nos coloca um duplo desafio: o de assumirmos compromissos profundos com a escola pública básica; e encontramos formas de fazer com que nossos alunos superem rapidamente certas lacunas em seu processo de formação. Desafios que estamos encarando com muita seriedade.

Haveria muito ainda a relatar e muitos compromissos a serem relembrados. Creio que isso baste, por ora.

Finalizo, pois, sublinhando que assumo o cargo com alegria. Não uma alegria de quem recebe um prêmio ou um presente. Mas a alegria que brota do envolvimento. A alegria de quem trabalha naquilo que quer trabalhar, naquilo que decide trabalhar. A alegria do escultor que encontra a pedra ideal para esculpir.

Muito obrigado.