Estudantes e professores de Enfermagem atuam no enfrentamento à covid-19
Atividade será o telemonitoramento; 32 estudantes e oito professores se envolvem na ação

Publicado em: 04 de março de 2021 09h03min / Atualizado em: 05 de março de 2021 15h03min

A UFFS – Campus Chapecó está com mais uma ação no enfrentamento à covid-19, em parceria com a Secretaria da Saúde de Chapecó. Estudantes da oitava fase de Enfermagem, orientados por professores, farão o trabalho de ligar para pacientes com a doença e em isolamento domiciliar ou suspeitos e pessoas do mesmo domicílio que tiveram contato com eles (contatos intradomiciliares). É o chamado telemonitoramento, uma ação de saúde orientada pelo Ministério da Saúde.

Conforme a professora Larissa Tombini, a inquietação dentre os professores de Enfermagem já vinha há algum tempo, diante da situação considerada muito grave na cidade de Chapecó. “Temos dedicação exclusiva como professores da Universidade, mas somos enfermeiros. Portanto, entramos em contato com a Secretaria de Saúde para ver como poderíamos ajudar”, revelou ela.

Coincidentemente, conta ela, no mesmo dia, veio um pedido da Secretaria para que os enfermeiros professores atuassem na linha de frente. “Assim, contribuiremos atuando em duas frentes — a presencial, diretamente inseridos nos serviços de saúde, e a remota, no telemonitoramento dos casos —  ambas voltadas ao cuidado e assistência aos pacientes de covid-19”.

Funcionamento e atuação

Foram formados oito grupos, cada um com um professor e quatro estudantes, totalizando 32 graduandos em Enfermagem e oito docentes. Os professores que atuarão na liderança desses grupos são: Anderson Funai, Daniela Savi Geremia, Erica de Brito Florek, Eleine Maestri, Julia Bitencourt, Julyane Fellipete de Lima, Marcela Martins Furlan de Leo e Tassiana Potrich.

Um dos grupos ficará no gerenciamento das informações, compilando dados e planilhas, por exemplo. Os demais grupos ficam com pacientes de uma Unidade Básica de Saúde. A Secretaria de Saúde indicou as com mais necessidade, ou por demanda de trabalho maior ou com menos profissionais: Jardim América, Efapi, São Pedro, Jardim do Lago, Alta Floresta, Santa Maria e Sul. Chapecó tem, ao todo, 27 UBSs. Atualmente, pelos números divulgados, são aproximadamente seis mil pessoas que precisam ser monitoradas.

As ligações são feitas aos pacientes positivados por dez dias, a partir dos sintomas. Já as pessoas em contato domiciliar com eles serão monitoradas por 14 dias da data do início dos sintomas do positivado. Idosos e pacientes com uma condição considerada moderada são monitorados a cada 24 horas, já quem tem sintomas leves, a cada 48 horas.

O telemonitoramento ganhou força nesse momento de pandemia como estratégia para entender a situação de saúde desses pacientes que estão em casa. Além do contato telefônico em si, há uma série de informações a respeito do paciente que são preenchidas.

Para a ligação, há um roteiro de perguntas, que envolvem a situação do paciente, como ele se sente, se apresentou novos sintomas, se se manteve em casa. Caso o paciente tenha apresentado algum sintoma que indique complicação do caso ou algo diferente do contato anterior, ele é encaminhado para o serviço adequado, conforme a necessidade.

Para isso, os alunos precisaram estudar profundamente um manual e passaram por um treinamento. Atuarão de casa, fazendo o telemonitoramento e organizando planilhas e demais informações necessárias.

De acordo com a professora, esse trabalho toma muito tempo dos profissionais que estão nas unidades, ainda mais diante do volume grande de pessoas que precisam ser monitoradas. “Estamos atentos e, caso a secretaria solicite, podemos ampliar essa atuação com estudantes da sexta fase do curso”, pondera.
Para que os estudantes pudessem fazer o trabalho, a direção do Campus Chapecó pediu auxílio, conseguindo com a CEC/ACIC do município os chips telefônicos.

Sem prejuízo às atividades de ensino

O esforço é grande para atender a demanda, segundo a professora Larissa. Houve uma reorganização das aulas, que foram concentradas em um turno para evitar transtornos no decorrer do semestre letivo.

“Entendemos que o movimento é necessário e vai contribuir muito para a formação desses estudantes. Além dessa nova estratégia de cuidados, dessa técnica, que acaba sendo um momento de ensino-aprendizagem, há outro aspecto importante: a formação cidadã, de apoio, responsabilidade social”.

A professora ainda lembra que, desde novembro de 2020, quando a prefeitura autorizou, estudantes em estágio curricular supervisionado voltaram para as unidades. Atualmente são 15 estudantes nesses espaços, que vêm prestando apoio às equipes.