Comitiva estrangeira visita UFFS

Publicado em: 17 de abril de 2012 10h04min / Atualizado em: 22 de março de 2017 16h03min

Na última semana, uma comitiva vinda da Áustria e da Alemanha chegou ao Brasil para uma série de visitas, incluindo a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Da comitiva faziam parte um casal de empresários austríacos, donos da empresa Multikraft, que fabrica produtos com base na tecnologia de microorganismos efetivos, Karl Hader e Ulrike Hader; a ativista e ambientalista, ligada ao Partido Ecológico-Democrático da Alemanha (Ökologisch-Demokratische Partei), Rosa Maria Reindl; o agricultor e um dos pioneiros na agricultura agroecológica na Alemanha, Michael Simml, e o jornalista alemão aposentado, Josef Schmidbauer, que veio a convite do casal Hader.

Na UFFS, a comitiva estava interessada em conhecer a universidade e saber o que a instituição está fazendo nas áreas do desenvolvimento sustentável e produção agroecológica, uma vez que a UFFS e seus cursos de Agronomia têm este foco.

VISITAS

Ao entrarem no Brasil, vindos do Tirol Paraguaio, nos dias 8 e 9 de abril, visitaram, primeiramente, a UFFS- Campus Laranjeiras do Sul, conheceram os projetos realizados e as propriedades de agricultores agroecológicos da região, além dos assentamentos Oito de Junho, Ireno Alves e Marcos Freire, a escola Iraci Salete e o Centro de Formação da Ceagro.

Na viagem de Laranjeiras do Sul para Chapecó, no dia 11 de abril, a comitiva visitou a região de São Lourenço do Oeste, a produção agroecológica de grãos, leite e frutas e o projeto do banco de germoplasma (sementes) comunitário. A visita foi em companhia do sociólogo, agricultor e presidente da Central ASCOOPER, Olavo José Ghedini.

Já em Chapecó, os visitantes conheceram o campus sede da UFFS, foram à região de Seara visitar duas propriedades agroecológicas de agricultores ligados à APACO e conheceram também o museu Fritz Plaumann.

PALESTRA

No dia 13 pela manhã, os alunos de agronomia da UFFS- Campus Chapecó puderam prestigiar uma palestra do agricultor e um dos pioneiros na agricultura agroecológica na Alemanha, Michael Simml.

Simml falou sobre suas experiências em sua propriedade no sul da Alemanha e contou aos estudantes como ele e sua família produzem produtos agroecológicos, seus desafios e suas conquistas. De acordo com ele, a grande diferença entre o Brasil e a Alemanha é o clima mais favorável para os brasileiros. “Aqui no Brasil há sol o ano todo, com as quatro estações bem definidas e vegetação o tempo todo, vocês tem as condições de produzir melhor que na Alemanha”, afirmou. Na Alemanha, segundo ele, a temperatura média é de 7,5°C, sendo que 200 dias por ano é inverno, quando a temperatura cai para -20°C.

O palestrante afirmou que espera que os alunos da UFFS tenham muita vontade de pesquisar e muito cuidado para entender como a natureza funciona. “Nós destruímos o meio ambiente porque não conseguimos entender como ele funciona. A agricultura ecológica é a mais moderna, desde que se conheça as leis da natureza. O solo é nosso maior tesouro e as futuras gerações são a chave para as mudanças”, explicou.

IMPRESSÕES

O jornalista alemão aposentado, Josef Schmidbauer, disse aos alunos que se impressionou com o que acontece com a terra por aqui. “Essa terra está sendo destruída pelos agrotóxicos e sem solo saudável não haverá condições de vida para a humanidade”. Schmidbauer também fez um apelo aos estudantes da UFFS. “Aproveitem as oportunidades na UFFS para que esse solo possa ser preservado para vocês e para que as outras gerações possam ter a oportunidade de viver de forma saudável”, disse.

Já a dona da empresa Multikraft, Ulrike Hader, disse estar convencida que a agroecologia é a única maneira de se ter uma vida saudável e dar uma contrapartida para a terra. “Nós estamos inseridos nesse tema há mais de 30 anos e sabemos que há muitas oportunidades de se fazer agroecologia, mesmo que no início seja difícil. Existe cada vez mais apoio para que isso possa ser feito em grandes áreas, como no Brasil”, ressaltou. Hader ainda complementou que ficou impressionada com a hospitalidade dos brasileiros e de como foram bem recebidos e pediu também que os alunos aproveitem seu tempo na Universidade. “Aproveitem a UFFS que é diferenciada das outras universidades que conhecemos mundo afora”, concluiu.