Realeza: Dia Mundial de Luta Contra a Aids é comemorado com conscientização
O encerramento aconteceu, na noite desta quarta-feira (03), com a palestra de Fabrício Stocker, da Unioeste de Toledo. O palestrante foi protagonista de um documentário, no qual relata como descobriu ser portador do vírus HIV.

Publicado em: 04 de dezembro de 2014 16h12min / Atualizado em: 06 de março de 2017 17h03min

Para marcar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, comemorado no dia 1º de dezembro, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza, em parceria com outras instituições, promoveu atividades de conscientização, que fomentaram debates a respeito da superação de preconceitos e dos cuidados com o corpo. A campanha iniciou com a distribuição de material educativo e preservativos. Houve também exibição de filmes sobre o tema e palestras.

O encerramento aconteceu, na noite desta quarta-feira (03), com a palestra de Fabrício Stocker, da Unioeste de Toledo. O palestrante foi protagonista de um documentário, no qual relata como descobriu ser portador do vírus HIV, como enfrentou preconceitos, a superação deles e seu engajamento para alertar as pessoas quanto ao HIV/Aids.

A conversa intitulada “O lado positivo do Fabrício”, mesmo título do documentário, sensibilizou o público. Fabrício apresentou alguns dados sobre HIV/Aids no país, falou sobre estigma, preconceito, discriminação, tratamento contra a doença, trabalho e protagonismo.

A acadêmica de Ciências Biológicas, Jalande Müller, comentou que a segunda edição da campanha envolveu muito mais a comunidade, principalmente a finalização com a palestra. “O depoimento do Fabrício acaba sensibilizando muito mais, porque quando vemos alguém que possui essa doença, falando das suas vivências, isso nos sensibiliza e faz com que a gente se questione mais sobre ações e comportamentos”, afirmou.

A participação do público durante a palestra foi o que mais impressionou Fabrício. “Aqui o evento foi mais especial ainda, porque foi muito acolhedor, bem planejado e divulgado. Me senti muito bem em estar aqui e falar sobre esse tema. A interação com o público foi o mais interessante, porque tivemos a participação de médicos, acadêmicos, entre outros, e isso deixa o evento com um valor ainda maior”, explicou.

A coordenadora do Grupo de Estudo de Gênero (Gentes), do Campus Realeza, Renata Orlandi, salientou que Adis no Brasil e no mundo todo é percebida como a doença do outro. “É como se ninguém fosse afetado por ela, como se a doença estivesse sempre longe, ainda que ela esteja por perto. No contexto do interior, isso se agrava. As pessoas têm a fantasia de que a Aids pertence aos centros urbanos. Essa ideia fica muito clara aqui entre os

nossos acadêmicos, pois mesmo alguns estando próximos da conclusão de seus cursos, não tinham clareza da importância de problematizar a educação sexual e a sensibilização para as DSTs/Aids”, destacou.

O Ministério da Saúde divulgou nesta semana o novo Boletim Epidemiológico de HIV e Aids 2014. O documento apontou que 734 mil pessoas vivem com HIV e Aids hoje no Brasil. Deste total, 89% foram diagnosticadas. O avanço da doença é considerado estabilizado no Brasil, já que a taxa de detecção é em torno de 20,4 casos a cada 100 mil habitantes. São 39 mil ocorrências ao ano.Boletim Epidemiológico de HIV e Aids 2014

Entre as preocupações do Ministério da Saúde, está o aumento da contaminação do HIV entre os jovens de 15 a 24 anos. De 2004 a 2013, a taxa de detecção passou de 9,6 para 12,7 casos a cada 100.000 habitantes.