Desenvolvido em parceria com a Associação de Proteção Animal de Capanema (PR), a ação prevê a participação de acadêmicos do curso de graduação em Medicina Veterinária e de mestrandos do programa de pós-graduação em Saúde, Bem-estar e Produção Sustentável da UFFS. Os estudantes irão auxiliar no monitoramento e na proteção da população de onças-pintadas na região do Parque Nacional do Iguaçu, um dos últimos refúgios desta espécie na Mata Atlântica. O objetivo é contribuir com o Projeto Onças do Iguaçu, que atua desde 2010 na conservação da espécie e redução de conflitos entre comunidades e predadores.
O professor da UFFS, Paulo Henrique Braz, explica que a parceria consolida as atividades já desenvolvidas ao longo de dois anos pelo Serviço de Assistência a Animais Silvestres da UFFS com o Projeto Onças do Iguaçu. “Já detectamos algumas doenças que não eram conhecidas nas onças do Iguaçu, também conseguimos produzir artigos científicos sobre comportamento, adaptação e monitoramento de doenças”, comentou sobre os resultados.
Além disso, o projeto também é voltado para a capacitação estudantil, que envolve a captura, a realização de exames clínicos e cirurgias em onças-pintadas e outros felinos. “A partir de agora, poderemos dar continuidade aos trabalhos, com a possibilidade de aquisição de novos equipamentos e rádio-colares para o monitoramento. São poucos projetos de extensão no Brasil que possuem este caráter indissociável de ensino, pesquisa e extensão, sobretudo, na conservação de espécies vulneráveis à extinção”, detalhou Braz.
O projeto inclui ainda a realização de atividades de educação ambiental em escolas dos 10 municípios lindeiros ao Parque Nacional do Iguaçu, entre eles Capanema, Capitão Leônidas Marques, Santa Lúcia e Foz do Iguaçu. As palestras e minicursos desenvolvidos abordarão a importância da coexistência entre a onça-pintada e os seres humanos, além de reforçar o engajamento das comunidades em ações de monitoramento, de proteção e de valorização da onça-pintada como espécie-chave do ecossistema.
De acordo com a vice-presidente da Associação de Proteção Animal de Capanema, Vanessa Dalek, a parceria formada com a UFFS e as ações de educação ambiental irão potencializar a preservação da fauna existente na região do Parque Nacional do Iguaçu. “Estamos animados para esta nova etapa da conservação das onças no nosso Iguaçu. Além disso, é fundamental ampliar a conscientização para preservar espécies da região do parque, especialmente as ameaçadas, como as onças”, comentou.
Os recursos destinados pelo Programa ITAIPU Mais que Energia serão utilizados na compra de equipamentos de monitoramento – como colares com GPS, câmeras trap, veículos – e demais equipamentos veterinários de ponta para acompanhamento da saúde dos animais. Também está prevista a instalação de sistema fotovoltaico para reduzir a dependência de energia não renovável nas operações do projeto.