A curricularização da extensão, consiste na inserção de atividades extensionistas na estrutura curricular obrigatória dos cursos de graduação, garantindo sua articulação com o ensino e a pesquisa. Essa integração visa promover uma formação acadêmica mais completa, estimulando o desenvolvimento de competências profissionais, cidadãs e sociais, com efetiva participação dos discentes em projetos voltados para a comunidade. 

No curso de Administração da UFFS, Campus Cerro Largo, a curricularização da extensão está alinhada com as normativas legais e institucionais. A principal base legal é a Resolução CNE nº 7, de 18 de dezembro de 2018, que estabelece que as atividades de extensão devem compor, no mínimo, 10% da carga horária total dos cursos de graduação, devendo ser parte integrante de seus currículos. Além disso, a UFFS regulamentou essa inserção por meio da Resolução nº 93/CONSUNI/UFFS/2021, que define as diretrizes para a inclusão de atividades de extensão e cultura nos cursos de graduação e pós-graduação da instituição. 

No âmbito do curso de Administração, a curricularização da extensão corresponde a 340 horas, representando cerca de 10,25% da carga horária total do curso. Destas, 240 horas estão distribuídas em 13 Componentes Curriculares Regularmente Ofertados (CCRs), que incluem disciplinas como Administração da Produção II, Administração Financeira I e II, Contabilidade Introdutória, Direito Tributário e do Trabalho, entre outras. As demais 100 horas são destinadas às Atividades Curriculares Complementares (ACCs), realizadas em espaços institucionais como a Empresa Júnior, a Incubadora Tecnológica e Social (ITECS) e através da participação em programas e projetos de extensão da UFFS. 

As atividades extensionistas são estruturadas dentro de cada componente curricular de forma mista, combinando carga horária teórica e prática extensionista. Assim, as atividades de extensão são desenvolvidas no contexto da turma, sob a orientação do docente responsável pelo componente, garantindo que o conhecimento adquirido na sala de aula seja aplicado diretamente em situações reais da comunidade. Exemplos incluem: 

• Aplicação de controle de estoque em empresas locais, na disciplina de Contabilidade Introdutória; 
• Organização de webinários sobre empreendedorismo inovador, em Teorias da Administração II;
• Realização de ciclos de oficinas práticas, como ocorre em Administração da Produção II e Logística;
• Prestação de serviços em pesquisas mercadológicas na disciplina de Pesquisa de Marketing. 

Além disso, as atividades extensionistas podem ocorrer por meio de programas, projetos, cursos, oficinas, eventos ou prestação de serviços, assegurando a diversidade de formatos e o atendimento às demandas sociais, culturais e econômicas da comunidade regional. 

A inserção da extensão nos currículos é motivada por diversos fatores, entre eles:

1. Fortalecimento da formação cidadã dos estudantes, proporcionando vivências interdisciplinares e interprofissionais, valorizadas na matriz curricular. 
2. Promoção da troca de saberes entre a universidade e a sociedade, assegurando a bidirecionalidade das ações extensionistas. 
3. Estimulação da aplicação prática do conhecimento teórico, contribuindo para a formação de profissionais sensíveis às necessidades sociais e aptos a intervir na realidade.
4.  Integração efetiva entre ensino, pesquisa e extensão, consolidando uma proposta pedagógica única e inovadora. 

Outro aspecto relevante é que a extensão universitária favorece a formação de um perfil profissional mais completo, com competências como liderança, empreendedorismo, inovação, organização e visão sistêmica — habilidades indispensáveis ao futuro administrador. A participação em projetos como a Empresa Júnior, a Incubadora Tecnológica e Social e outros programas extensionistas fomenta, ainda, o desenvolvimento regional, ao oferecer soluções práticas às organizações locais e fortalecer o vínculo da universidade com a sociedade.

 Em suma, a curricularização da extensão no curso de Administração representa uma estratégia pedagógica fundamental, que qualifica a formação acadêmica e promove o compromisso social da universidade pública, alinhando-se às políticas nacionais de educação superior e às necessidades contemporâneas de formação profissional.