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Estudo de neurocirurgia apresenta nova possibilidade terapêutica

O trabalho está em fase de validação anatômica e descrição técnica da abordagem

Diretoria de Comunicação Social — 29 de Maio de 2025 — Atualizado em 30/05/2025

Estudo de neurocirurgia apresenta nova possibilidade terapêutica

Estudo foi apresentado em evento internacional destinado a avanços na área de neurocirurgia

Está em andamento na Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Passo Fundo estudo no campo médico da neurocirurgia com foco em uma abordagem cirúrgica inovadora para lesões na fonte, uma área considerada delicada do tronco encefálico. A pesquisa denomina-se "Breaking The Impenetrable Fortress: The Infratrigeminal-Suprafloccular Approach toPontineLesions" (Rompendo a Fortaleza Impenetrável: A Abordagem Infratrigeminal-Supraflocular para Lesões Pontinas) e tem como autores o professor da UFFS, Alex Roman, e os estudantes Rudolfh Batista Arend e Bruno Peroni.

Atualmente, o estudo encontra-se na fase de validação anatômica e descrição técnica da abordagem, utilizando 20 espécimes cadavéricos de tronco encefálico para análise detalhada da anatomia da ponte. Conforme a equipe responsável, “o estudo descreve uma nova abordagem microcirúrgica ao tronco encefálico, mais especificamente à ponte, uma região historicamente considerada ‘zona proibida’ ou ‘don’ttouch’. A abordagem infratrigeminal-suprafloccular propõe uma rota segura e reprodutível para o acesso a lesões profundas, respeitando áreas críticas e reduzindo riscos operatórios”. 

Como principal diferencial, os proponentes do estudo apontam que a técnica desafia um antigo paradigma da neurocirurgia: acessar com segurança uma região antes considerada inacessível. Por meio do chamado “Triângulo de Roman”, delimitado por estruturas anatômicas fixas, é possível acessar lesões intrapontinas com menor morbimortalidade e baixo risco de déficit neurológico, o que representa um avanço significativo no campo. “Para os pacientes, a técnica representa uma nova possibilidade terapêutica, com menor risco de complicações, especialmente em lesões pontinas, as quais, até então, eram consideradas inoperáveis. Para os profissionais de saúde, o ganho é duplo: uma técnica baseada em evidência anatômica sólida e aplicável em situações clínicas reais, como já demonstrado em casos conduzidos pelo professor Alex Roman. Isso amplia o arsenal cirúrgico em casos de extrema complexidade”, avalia a equipe.


Evento internacional


O estudo foi apresentado pelo estudante Rudolfh Batista Arend durante o North American Skull Base Society (NASBS) Annual Meeting, em Nova Orleans (EUA), de 13 a 16 de fevereiro de 2025. O evento ocorreu em conjunto com o 9th World Congress ofthe World Federation ofSkull Base Societies, a mais importante plataforma global para a divulgação de avanços na área de neurocirurgia da base do crânio. 

Conforme Rudolfh, “a apresentação foi rápida e objetiva, com duração de poucos minutos, o que exigiu clareza e concisão na exposição da técnica. Mesmo em pouco tempo, foi possível destacar o potencial transformador da abordagem, o que chamou atenção de vários participantes. O fato de se tratar de uma técnica para uma área antes considerada inacessível aumentou ainda mais o interesse”. 

Arend destaca ainda que a recepção do trabalho foi considerada muito positiva. “Estudantes de universidades de renome, como Harvard, Stanford e Universidade de Nova York elogiaram o pôster e demonstraram curiosidade genuína, especialmente por se tratar de uma técnica ainda pouco conhecida fora de círculos especializados. Muitos afirmaram que nunca haviam ouvido falar sobre essa abordagem, o que reforça sua originalidade e relevância internacional. Esse interesse confirma que há espaço para a disseminação e adoção da técnica em centros avançados de neurocirurgia”.

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