UFFS e universidade argentina discutem ações de acordo internacional

Publicado em: 29 de novembro de 2012 07h11min / Atualizado em: 24 de março de 2017 14h03min

Uma reunião na tarde de quinta-feira (29) iniciou o trabalho de refinar temas e possibilidades para o acordo entre a Universidad Popular Madres de Plaza de Mayo (UPMPM), da Argentina, e a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). A reitora da instituição argentina, Inéz Vázquez, que também esteve no Seminário de Direitos Humanos da UFFS, na quarta-feira (28), aproveitou a vinda a Chapecó para tratar do Protocolo de Intenções, também assinado no evento.

Participaram do encontro com a reitora, o reitor em exercício da UFFS, Antônio Andrioli, e o professor Chrisy Ganzert Pato, que iniciou as tratativas há dois meses com a UPMPM, por meio do trabalho na Sociedade Brasileira de Economia Política – da qual ele é um dos dirigentes. Logo após aconteceu uma reunião com membros da recém-nomeada Comissão da Verdade da UFFS: Antonio Marcos Myskiw, Paulo Cezar Neves Barbosa e Mateus Gamba Torres.

Segundo Andrioli, o momento é especial para a discussão sobre Direitos Humanos na UFFS. Para ele, a nomeação da comissão e o Protocolo de Intenções assinado durante o seminário vão ampliar  as perspectivas de estudo sobre o assunto. Além disso, “a presença da reitora é simbólica para o momento. A comissão será uma primeira ponte para o intercâmbio”.

De acordo com o professor Christy, as semelhanças nos projetos das instituições aproximaram as universidades. Ambas as instituições têm em comum, na natureza dos projetos, ser popular.

Outro ponto de interesse da UPMPM e UFFS foi justamente o tema do evento de quarta-feira (28), Direitos Humanos. Para a reitora, Brasil e Argentina têm semelhanças e diferenças nas ações referentes ao Regime Militar. Uma importante diferença apontada por Inéz e reforçada por Christy é que na Argentina serão julgados 700 processos de torturadores na esfera criminal e outras 339 pessoas já foram condenadas e presas. Enquanto isso, no Brasil, apenas três processos foram abertos. “No Brasil, o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que não se pode ferir a lei da anistia, portanto não se pode revolver o passado”, comenta o professor.

Temas das ações já começam a ser discutidos

Para os professores, a troca de experiências e estudos traz enriquecimento às duas instituições. Alguns temas e atividades que serão pauta do convênio internacional já começaram a ser discutidos. Estão previstos assuntos como: a aproximação das duas universidades com proposição de cursos e debates que envolvam Direitos Humanos e Justiça ligados ao período de regimes militares no Brasil e Argentina; cursos sobre as Madres da Plaza de Mayo; Operação Condor na Argentina e Brasil; debates sobre memória histórica e oral, com presença de docentes e discentes brasileiros como palestrantes. Também foi tratada da presença de docentes e alunos da Argentina na UFFS, na forma de intercâmbio e em eventos. Por fim, a possibilidade de publicações em revistas daquela universidade e a organização de livros em conjunto.