Pesquisa da UFFS e IDR-Paraná ajuda no controle da mastite em rebanhos de Realeza
A iniciativa é importante para que os criadores adotem práticas de manejo adequado buscando o melhor tratamento para os animais.

Publicado em: 25 de maio de 2023 16h05min / Atualizado em: 26 de maio de 2023 12h05min

Uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza e extensionistas do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater) buscou identificar as principais bactérias responsáveis pela mastite em rebanhos do município de Realeza. A mastite é caracterizada como uma inflamação que afeta as vacas no período de lactação. Além de comprometer o bem-estar animal, o adoecimento do rebanho impacta a qualidade e a quantidade da produção de leite. A iniciativa é importante para que os criadores adotem práticas de manejo adequado buscando o melhor tratamento para os animais.

Os estudos iniciaram ainda em 2022, quando foi formalizada a parceria entre o IDR e o Programa de Educação Tutorial (PET) de Medicina Veterinária e Agricultura Familiar da UFFS. As propriedades que participaram da pesquisa foram selecionadas entre aquelas que já são assistidas pelo IDR-Paraná. Os proprietários receberam a visita do Grupo PET, que coletou os dados dos rebanhos e amostras de leite para processamento.

Pesquisa evidência o problema do uso indiscriminado de antibióticos para tratamento da mastite (UFFS/Ariel Tavares)

“Com os resultados obtidos foi possível identificar quais foram as bactérias predominantes causadoras de mastites clínicas e subclínicas nos animais inseridos nos rebanhos da agricultura familiar no município de Realeza, bem como quais foram as bactérias sensíveis ou resistentes aos principais antibióticos disponíveis no mercado”, comentou a tutora do PET, professora Adalgiza Pinto Neto.

Essas informações auxiliam o trabalho dos extensionistas nas propriedades, assim como possibilita o desenvolvimento de ações estratégicas que envolvam agentes governamentais e iniciativa privada. “Ao se identificar o microrganismo causador de mastite nas fêmeas bovinas leiteiras, o trabalho dos extensionistas é otimizado, considerando que, para cada categoria de bactéria, ambiental ou contagiosa, existem ações diferentes que devem ser adotadas para o manejo dos animais com o objetivo de sanar e/ou prevenir a mastite”, explicou César Paz, extensionista do IDR-Paraná de Realeza.

A pesquisa ainda evidência o problema do uso indiscriminado de antibióticos, o que muitas vezes contribui para a resistência microbiana e o insucesso no tratamento da mastite. “Com essa pesquisa é possível buscar maior qualidade do leite, evitar o uso indiscriminado de antibióticos e diminuir a resistência das bactérias aos medicamentos. Além disso, a identificação do agente causador da mastite é essencial para o estabelecimento do protocolo terapêutico eficiente pelo médico veterinário”, argumentou Paz.

Ainda de acordo com a tutora do PET, professora Adalgiza Pinto Neto, a parceria fortalece a agricultura familiar e o trabalho extensionista e acadêmico. “Mais do que contribuir para a solução de um problema, essa parceria estimula o desenvolvimento de trabalhos futuros capazes de impulsionar toda cadeia produtiva onde Realeza se insere, marcada pela bovinocultura de leite de mão de obra familiar”, destacou.

*Com informações do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) – IAPAR-EMATER