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Projeto de extensão busca o enfrentamento à desinformação em saúde

Iniciativa envolve a oferta de oficinas de letramento em saúde a agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, estudantes e comunidades locais

Diretoria de Comunicação Social — 02 de Outubro de 2025 — Atualizado em 02/10/2025

Projeto de extensão busca o enfrentamento à desinformação em saúde

Primeira oficina foi realizada com alunos do Ensino Fundamental da Escola Municipal Jardim do Lago, de Chapecó

Os riscos da desinformação estão presentes em todas as áreas do conhecimento, mas quando se trata da saúde eles têm uma dimensão ainda mais preocupante. A pandemia de Covid-19 evidenciou, de forma contundente, os efeitos da circulação rápida de informações falsas, mostrando como a desinformação compromete a tomada de decisão em saúde, amplifica comportamentos de risco e exige respostas estruturadas e coordenadas, envolvendo educação, comunicação e políticas públicas.

Para contribuir com estas respostas, surgiu o projeto de extensão "Comunicar para cuidar: oficinas de letramento em saúde para o enfrentamento à desinformação em saúde", na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Chapecó. De acordo com a professora Daniela Savi Geremia, a concepção inicial surgiu a partir das pesquisas em desenvolvimento sobre letramento digital em saúde e enfrentamento da desinformação, elaboradas em resposta a demandas do Ministério da Saúde, encaminhadas por meio da articulação com a Rede Brasil de Pesquisa em Gestão da Informação e Tradução do Conhecimento em Saúde.

“A partir desse movimento investigativo e com o propósito de articular ensino, pesquisa e extensão, consolidou-se a iniciativa, concebida para responder a desafios contemporâneos relacionados à gestão da informação em saúde em nossa região”, comenta Daniela. O projeto tem como objetivo desenvolver e implementar oficinas de letramento em estratégias de comunicação popular com Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes de Combate às Endemias (ACE), estudantes e comunidades locais.

 “A proposta está orientada para ações educacionais estratégicas e práticas, apoiadas em metodologias, linguagens e abordagens que favoreçam o acesso democrático às informações digitais, ao conhecimento e estimulem a conscientização coletiva acerca das medidas de prevenção e controle dos agravos em saúde pública”, afirma a professora. Segundo ela, até o momento, foram feitas leituras, estudos e planejamento, além de duas oficinas-piloto.

Segunda oficina ocorreu na Semana de Saúde e Qualidade de Vida do Estudante, a pedido do Setor de Assuntos Estudantis (SAE) da UFFS - Campus Chapecó

Atividades

A primeira oficina foi realizada com alunos do Ensino Fundamental da Escola Municipal Jardim do Lago, de Chapecó. Daniela conta que foi uma demanda da própria escola, onde foi trabalhada a temática “Perigos da desinformação em saúde”. Na segunda oficina o público participante foram os estudantes da UFFS, a pedido de Setor de Assuntos Estudantis (SAE) do Campus Chapecó. A oficina ocorreu na Semana de Saúde e Qualidade de Vida do Estudante. Ambas as oficinas foram trabalhadas pela bolsista Camila Ferreira Puntel e pelas mestrandas em Enfermagem Alexia Tailine Etges e Nicolle Palerosi Borges Bonome.

Essas experiências iniciais também já foram apresentadas em trabalhos acadêmicos submetidos a eventos científicos, em decorrência das atividades articuladas de pesquisa. A próxima oficina está prevista para ocorrer no dia 29 de outubro, durante o II CIPPS – Congresso Internacional e Políticas Públicas de saúde que ocorrerá no Campus Chapecó.

O projeto pretende capacitar, ainda, cerca de 320 ACS e ACE nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul em letramento crítico em saúde, com foco na identificação, análise e enfrentamento à desinformação. Entre os objetivos específicos estão, também, a promoção de oficinas participativas baseadas na Educação Popular em Saúde e na Comunicação Comunitária, estimulando a coprodução de conteúdos educativos acessíveis e culturalmente adequados; e a produção de materiais multimídia (vídeos, cards, podcasts, áudios) com base nas experiências e saberes dos participantes, voltados à promoção da saúde e à circulação de informações confiáveis nas comunidades.

Está prevista pelo projeto, também, a tradução e adaptação dos materiais educativos produzidos para a língua indígena Kaingang, em parceria com estudantes e docentes do curso de Letras, fortalecendo a inclusão linguística; o fomento do protagonismo comunitário e a atuação crítica de ACS, ACE e lideranças locais como comunicadores em saúde; a integração de estudantes e docentes dos cursos de Enfermagem, Medicina, Pedagogia e Letras ao processo de extensão universitária, promovendo a curricularização da extensão; e a disseminação dos resultados do projeto por meio de publicações acadêmicas, guias metodológicos e canais institucionais de comunicação.

Como destacam a professora Daniela e a bolsista Camila, ações como as propostas por este projeto são fundamentais, pois “a desinformação em saúde representa um desafio crítico para a proteção da saúde individual e coletiva, com consequências que se estendem desde o nível comportamental até impactos estruturais nos sistemas de saúde. Entre os riscos associados, destacam-se: adesão a práticas ineficazes ou potencialmente perigosas, redução da confiança nos serviços e profissionais de saúde, interrupção ou abandono de tratamentos adequados, resistência à vacinação e maior vulnerabilidade de populações em situação de desigualdade social, com reflexos diretos na morbimortalidade”.

Participantes

As atividades do projeto são desenvolvidas por docentes, discentes e técnicos da UFFS, envolvendo cursos de graduação e pós-graduação em Enfermagem e Medicina, dos campi de Chapecó e Passo Fundo. Em algumas ações, também participam estudantes e professores dos cursos de graduação e pós-graduação de Letras e Pedagogia do Campus Chapecó, além de parceiros institucionais, como a Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó.

A equipe é composta por coordenadores, professores colaboradores, estudantes voluntários e bolsistas. Parte desses integrantes já está envolvida nas atividades do projeto, enquanto outros contribuirão em etapas futuras. A professora Daniela Savi Geremia esteve na coordenação geral do projeto, mas devido ao seu afastamento para pós-doutorado, a professora Larissa Hermes Thomas Tombini assume a coordenação neste mês de outubro.

Colaboradores - Docentes UFFS: Valéria Silvana Faganello Madureira, Yaná Tamara Tomasi e Angela Derlise Stube. Estudantes de graduação: Camila Ferreira Puntel (bolsista) e Hellen Polita Balestrin (voluntária); além das mestrandas em Enfermagem: Alexia Tailine Etges, Nicolle Palerosi Borges Bonome e Maurício Kirschner. Técnico administrativo: Luiz Carlos Sordi.

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