A primeira oficina foi realizada com alunos do Ensino Fundamental da Escola Municipal Jardim do Lago, de Chapecó. Daniela conta que foi uma demanda da própria escola, onde foi trabalhada a temática “Perigos da desinformação em saúde”. Na segunda oficina o público participante foram os estudantes da UFFS, a pedido de Setor de Assuntos Estudantis (SAE) do Campus Chapecó. A oficina ocorreu na Semana de Saúde e Qualidade de Vida do Estudante. Ambas as oficinas foram trabalhadas pela bolsista Camila Ferreira Puntel e pelas mestrandas em Enfermagem Alexia Tailine Etges e Nicolle Palerosi Borges Bonome.
Essas experiências iniciais também já foram apresentadas em trabalhos acadêmicos submetidos a eventos científicos, em decorrência das atividades articuladas de pesquisa. A próxima oficina está prevista para ocorrer no dia 29 de outubro, durante o II CIPPS – Congresso Internacional e Políticas Públicas de saúde que ocorrerá no Campus Chapecó.
O projeto pretende capacitar, ainda, cerca de 320 ACS e ACE nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul em letramento crítico em saúde, com foco na identificação, análise e enfrentamento à desinformação. Entre os objetivos específicos estão, também, a promoção de oficinas participativas baseadas na Educação Popular em Saúde e na Comunicação Comunitária, estimulando a coprodução de conteúdos educativos acessíveis e culturalmente adequados; e a produção de materiais multimídia (vídeos, cards, podcasts, áudios) com base nas experiências e saberes dos participantes, voltados à promoção da saúde e à circulação de informações confiáveis nas comunidades.
Está prevista pelo projeto, também, a tradução e adaptação dos materiais educativos produzidos para a língua indígena Kaingang, em parceria com estudantes e docentes do curso de Letras, fortalecendo a inclusão linguística; o fomento do protagonismo comunitário e a atuação crítica de ACS, ACE e lideranças locais como comunicadores em saúde; a integração de estudantes e docentes dos cursos de Enfermagem, Medicina, Pedagogia e Letras ao processo de extensão universitária, promovendo a curricularização da extensão; e a disseminação dos resultados do projeto por meio de publicações acadêmicas, guias metodológicos e canais institucionais de comunicação.
Como destacam a professora Daniela e a bolsista Camila, ações como as propostas por este projeto são fundamentais, pois “a desinformação em saúde representa um desafio crítico para a proteção da saúde individual e coletiva, com consequências que se estendem desde o nível comportamental até impactos estruturais nos sistemas de saúde. Entre os riscos associados, destacam-se: adesão a práticas ineficazes ou potencialmente perigosas, redução da confiança nos serviços e profissionais de saúde, interrupção ou abandono de tratamentos adequados, resistência à vacinação e maior vulnerabilidade de populações em situação de desigualdade social, com reflexos diretos na morbimortalidade”.