Memórias Póstumas de Brás Cubas

 

Memórias Póstumas de Brás Cubas

 

“A minha idéia, depois de tantas cabriolas, constituíra-se idéia fixa. Deus te livre, leitor, de uma idéia fixa; antes um argueiro, antes uma trave no olho.”

 

 

Autor: Machado de Assis

 

Organizadores: Silvana Oliveira e Valdir Prigol

 

 

             

 


Apresentação

Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicado como folhetim na Revista Brasileira, em 1880. Organiza-se em seis capítulos. No primeiro, o narrador apresenta-se como um defunto autor, habitando outro mundo. Ele conta sua vida a partir da sua morte, a ideia fixa de criar um emplasto para aliviar a dor humana, fazer fortuna, mas, principalmente, ver o seu nome impresso. O segundo narra a infância e adolescência do garoto aristocrata, em que ganha centralidade o amor por Marcela, a paixão desenfreada, os presentes caríssimos e a interdição do pai. No terceiro, o narrador está a bordo, enviado pelo pai à Europa, para separá-lo de Marcela e estudar. No quarto, volta bacharel, pouco antes da morte da mãe. Antes de ir para a cidade, visita Dona Eusébia e lá encontra sua filha Eugênia, por quem se apaixona, mas ela é coxa. No quinto, resolve aceitar a proposta do pai de casar-se com Virgilia, moça de família importante, que pode lhe abrir caminhos na política; no entanto, reluta um pouco e ela se casa com Lobo Neves. Tornam-se amantes. É a parte mais longa do livro. No sexto, sozinho, sem Virgilia, que viaja com o marido, aproxima-se muito de Quincas Borba, ex-colega de escola e converte-se ao Humanitismo, sátira, das teorias evolucionistas do final do século que tem como principal bordão “Ao vencedor, as batatas”.

 

Sobre o autor

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro. Filho do pintor e dourador Francisco José de Assis e da açoriana Maria Leopoldina Machado de Assis.
Em 1860, escreveu sua primeira peça de teatro, Hoje avental, amanhã luva.
Publicou seu primeiro livro de poesia, “Crisálidas”, em 1864. Escreveu e publicou muitos livros de poesia e peças de teatro. Também foi profícuo na publicação de críticas. Destacou-se como um grande cronista com crônicas publicadas em jornais e revistas, depois reunidas em livros.
Sua produção de contos é vasta e está reunida em sete livros.
Seu primeiro romance foi “Ressurreição”, publicado em 1872, seguido de “A mão e a luva”, “Helena” e “Iaiá Garcia”, considerados pela crítica como obras da sua primeira fase. “Memórias Póstumas de Brás Cubas” inicia uma nova fase na produção do autor. Em seguida, publicou “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”.
Foi eleito, em 1897, presidente da Academia Brasileira de Letras, da qual foi um dos fundadores, em 1896. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1908.

 

Sobre os organizadores

Silvana Oliveira

Professora associada do Departamento de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Pós-doutora em Literatura Comparada (UERJ); doutora em Teoria e História Literária (Unicamp) e mestra em Estudos Literários (UFP). É autora, entre outros, dos livros “Análise de textos literários: poesia”, "Textualidades Contemporâneas – a crítica literária no século XX" e “Literatura Portuguesa II – PROLICEN”. Atualmente coordena o Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa (2017-2019).

 

Valdir Prigol

Professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Atua na graduação em Letras e no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos. Tem Doutorado em Teoria Literária pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Coordena o projeto “Metáforas da leitura da crítica”. Publicou os livros “Leituras do presente” e “Como encontrar-se e outras experiências através da leitura de textos de literários” e organizou “Por uma Esquizofrenia produtiva: da prática à teoria” e “Leituras desauratizadas: tempos precários, ensaios provisórios”– os dois livros com textos de João Cezar de Castro Rocha – e “Literatura e Ciências Sociais: exercício de diálogos e contrastes”, em parceria com Silvana Oliveira e João Cezar de Castro Rocha.