UFFS divulga dados da V Pesquisa do Perfil Socioeconômico dos Estudantes das IFES
Responderam ao questionário mais de 3 mil estudantes da UFFS

Publicado em: 26 de junho de 2019 15h06min / Atualizado em: 26 de junho de 2019 17h06min

Discentes da Universidade Federal da Fronteira Sul dos seis campi participaram da 5ª edição da Pesquisa do Perfil Socioeconômico dos Estudantes de Graduação das Universidades Federais, realizada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) em parceria com o Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE).

A pesquisa foi feita de fevereiro a junho de 2018, abrangendo 426.664 estudantes, 35,5% do total de discentes das 65 Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) brasileiras. A pesquisa teve como principal objetivo descrever o perfil médio socioeconômico e cultural dos discentes de Graduação das IFES, com intenção de conhecer esse público e subsidiar políticas públicas para os estudantes e para as IFES.

Os discentes responderam a pesquisa de forma online, acessando um questionário interativo contendo 81 questões sobre os seguintes temas: gênero, família, condição de renda e socioeconômica, origem do ensino médio, processo de ingresso na universidade, opção de curso, situação e condições de estudo na universidade, situação de trabalho concomitante aos estudos, utilização de instrumentos de assistência estudantil, situação de moradia do estudante antes e depois de ingressar na faculdade, condições de transporte e deslocamento para a universidade, acesso à saúde e hábitos de vida, participação em atividades acadêmicas, dificuldades na vida universitária, perspectivas futuras em relação a universidade e vida profissional (considera situação de troca de curso e evasão), participação política, fontes de informação e hábitos culturais.

Entre os resultados da pesquisa, pode-se citar que dos 1,2 milhão de discentes matriculados nas IFES, 50,5% estudam nas capitais e 49,5% estudam em cidades do interior. Mulheres são maioria, com 54,6%, homens  com 45,1% e sem declaração de gênero 0,3%.  A média de idade delas é 24 anos, deles 24,7 anos e dos sem declaração 24,4 anos. Quanto a cor e raça, os pretos e pardos responderam por 51,2%, indígenas por 0,9%, brancos 43,3% e amarelos 2,1%. Destaca-se que, em 2010, a maioria dos discentes era branca. Na pesquisa de 2014 foi a primeira vez que pretos e pardos superaram os brancos e em 2018 houve expansão dessa população em 7,9%.

Com relação à renda per capita, a quinta edição da pesquisa levantou que o percentual de discentes inseridos na faixa de renda mensal familiar per capita de até 1 e meio salário-mínimo cresceu 4%, alcançando 70,2% do universo pesquisado. Do total dos estudantes, 26,6% vivem em famílias com renda per capita de até meio salário-mínimo e 26,9% com renda per capita de mais de meio a 1 salário-mínimo.  A pesquisa também identificou que, em 2018, do total dos pesquisados, 29,9% são trabalhadores. Por sua vez, 40,6% não trabalham, mas estão procurando trabalho, e 29,5% não trabalham (inativos).

Do total de discentes das IFES, 64,7% estudaram integral ou a maior parte do tempo em escolas públicas de ensino médio. A trajetória estudantil dominante hoje nas IFES é de ingresso de estudantes que cursaram ensino médio público. O percentual de estudantes cotistas é crescente. Ingressaram pelo sistema de cotas, no ano de 2013, 31,7% do total de ingressantes. Em 2017, do total de graduandos das IFES brasileiras, 49,4% ingressaram por meio de cotas e, em 2018, 48,3%.

ESTUDANTES DA UFFS

No âmbito da UFFS, participaram da pesquisa 3.027 discentes, equivalente  a 32% do total de discentes de Graduação da Universidade. A quantidade de respondentes da UFFS correspondeu a 0,8% do total de estudantes das IFES, sendo a 28ª universidade com mais respostas (em termos de relação total de respondentes/total de matriculados). As respostas por campus foram: Chapecó (36,5%), Erechim (18,4%), Cerro Largo (16,5%), Realeza (13,4%), Laranjeiras do Sul (12,2%) e Passo Fundo (3,0%).

Conforme os dados averiguados na pesquisa, as estudantes são a maioria (62,5%), os estudantes (37,1%) e 0,4% não responderam. A média de idade dos estudantes é de 24,5 anos. Quanto à orientação sexual, 78,4% se declararam heterossexual e 4% não responderam. A maioria dos estudantes são brancos (71,5%), pardos (18,7%), pretos (4,6%), indígenas (1,8%), amarelos (1,4%) e não declararam (2%). A maioria é solteiro (77,7%) e 15% deles possui um ou mais filhos. A maior parte estudou apenas em escola pública (90,6%), 47,5% ingressaram via cotas e 48,7% já participou de algum programa de assistência estudantil.

A renda familiar per capita ficou em R$ 1.012,72, sendo que 70,5% dos estudantes se enquadram até essa renda per capita. Quando considerada a renda de até 1,5 salário-mínimo, o percentual alcança 84,4% dos estudantes. Quanto à situação de trabalho, 37,4% trabalha e 35,2% não trabalha, mas está procurando trabalho. Dos que trabalham 48,9% possuem carteira assinada e 12,1% são estagiários. 55,3% trabalham mais que 30 horas semanais.

Outros dados apontam ainda que 52,3% dos estudantes manifestaram possuir alguma dificuldade que interfere significativamente na vida ou no contexto acadêmico, sendo as mais apontadas: dificuldades financeiras (28,9%), carga excessiva de trabalhos acadêmicos (23,2%), falta de disciplina/hábito de estudo (20,2%), problemas emocionais (19%) e carga excessiva de trabalho (16%).

Conforme a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAE), outros dados reunidos na pesquisa referente ao público da UFFS serão apresentados durante o II Seminário de Política de Assistência Estudantil, que ocorrerá nos dias 21 e 22 de agosto de 2019.

PROAE

De acordo com o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Darlan Christiano Kroth, a V Pesquisa do Perfil Discente “é um instrumento fundamental na defesa da universidade pública e das ações afirmativas que vêm sendo realizadas pelas IFES, principalmente nos anos recentes, como ampliação ao acesso de jovens oriundos de escola pública, socioeconomicamente vulneráveis e de diferentes matrizes étnico-raciais”.

Outro aspecto relevante, conforme Kroth, “é que a pesquisa traz elementos para construir ações específicas a esse novo público que ingressa na Universidade, além de aprimorar as ações e programas existentes. Nesse escopo, a pesquisa corrobora algumas ações que a UFFS vem realizando, como por exemplo mudanças nos editais de auxílios socioeconômicos para priorizar os estudantes na maior faixa de vulnerabilidade socioeconômica, as ações pedagógicas para reforçar o êxito acadêmico (planos de acompanhamento e monitorias) e ações específicas para determinados públicos (PIN, PROHAITI)”.

A pesquisa revela ainda, na visão do gestor, “que há uma grande necessidade de maiores investimentos na área de Assistência Estudantil (recursos financeiros para custeio e para capital e novas vagas de servidores técnicos) para efetivar ações de permanência e êxito acadêmico. Reconhecemos que esse avanço vinha acontecendo até o ano de 2016, quando os recursos passaram a definhar”.

O relatório completo da V Pesquisa do Perfil Socioeconômico dos Estudantes de Graduação das Universidades Federais está disponível na página da ANDIFES.