UFFS assina protocolo de intenções para possibilitar construção de hospital microrregional
Estudo vai analisar a possibilidade da implantação no Campus Realeza

Publicado em: 05 de dezembro de 2019 21h12min / Atualizado em: 09 de dezembro de 2019 10h12min

A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em conjunto com entidades da sociedade civil de Realeza e região estão buscando soluções para a implantação de um Hospital Microrregional. Para isso, no final do mês de novembro, a reitoria da UFFS e lideranças regionais assinaram um protocolo de intenções para o desenvolvimento de um estudo de viabilidade para o empreendimento numa área do Campus Realeza.

De acordo o reitor da UFFS, Marcelo Recktenvald, o protocolo foi uma demanda da comunidade regional, pois um incêndio destruiu o Hospital de Realeza, fato que completará três anos em fevereiro de 2020. Desde o incidente, foi criado um movimento para a reconstrução. “Esse movimento ganhou corpo e teve-se a ideia de ser um hospital microrregional, com apoio de diversas entidades, articulando com diversos municípios da região que também têm suas carências nas áreas da saúde”, explicou.

Ainda segundo Recktenvald, os municípios investem bastante no transporte de pacientes para outras cidades onde as especialidades têm melhor estrutura, porém o hospital microrregional poderia facilitar o acesso à saúde, sendo mais viável economicamente para a região. “Para evitar a disputa pelo local onde será construído, a comunidade entendeu que a Universidade teria o papel de unificação das iniciativas. Assim, o diretor do Campus Realeza, Marcos Antônio Beal, foi procurado para que a construção do hospital acontecesse dentro do espaço da Universidade, sem comprometer as necessidades institucionais. Além disso, a UFFS teria algumas vantagens, como ter mais um espaço de atuação dos estudantes do curso de Nutrição ou do curso de Química, por exemplo, que poderiam coletar materiais para os experimentos, entre outros”, explicou.

Por outro lado, o reitor deixou claro que a UFFS não tem, nesse momento, possibilidade de arcar com investimentos, mas ao ser demandada para unificar forças do campo político dos mais diversos, foi entendido que se poderia participar do estudo de viabilidade. “Entendemos que esse projeto tem um valor enorme, um valor social, tem sua relevância, pois na hora de um atendimento de emergência, o encurtamento das distâncias é muito importante”, ressaltou.

À frente dos diálogos com os diversos segmentos da comunidade, o diretor do Campus Realeza, Marcos Antônio Beal, pontuou que o apoio da sociedade civil, assim como de prefeitos, vereadores, deputados e entidades políticas é muito importante para viabilizar o projeto. “As primeiras articulações têm revelado a extrema necessidade dos municípios pela qualificação de suas estruturas de saúde. Tanto as conversas com prefeitos, quanto com secretários municipais de saúde ou ainda com parlamentares revelam que existem obstáculos a serem superados, especialmente para desenvolver soluções que atendam melhor a comunidade”, comentou.

A assinatura do protocolo de intenções, segundo Beal, antecede à celebração de um acordo de cooperação técnica entre as instituições envolvidas e poderes públicos locais com vistas ao desenvolvimento desse estudo. “O Campus Realeza não poderia deixar de ser parceiro nessa iniciativa. Mesmo sendo algo que venha a se concretizar apenas no longo prazo, esse foi um primeiro passo e que, futuramente, servirá de embasamento aos municípios da região pleitearem, de fato, a construção do Hospital Microrregional. Por fim, é importante destacar que o estudo terá que dialogar com as ações da Secretaria de Estado da Saúde, a fim de representar uma alternativa de complementação ao processo de descentralização em curso”, enfatizou.