Reitores debatem implantação de bacharelados interdisciplinares

Publicado em: 24 de fevereiro de 2010 10h02min / Atualizado em: 17 de março de 2017 10h03min

Brasília – A implantação de bacharelados interdisciplinares foi assunto em debate na segunda-feira e terça-feira, 22 e 23 de fevereiro, promovido pela Secretaria de Ensino Superior (SESu) do Ministério da Educação. O encontro aconteceu na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em Brasília. O reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Dilvo Ristoff, participou da discussão com os demais reitores de instituições públicas de ensino superior do país.

A tônica do debate foi a descrição do que caracteriza este tipo de formação e suas implicações sobre os processos regulatórios e avaliativos. Como o MEC, por meio do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e do programa de criação de novas universidades, estimulou as instituições federais a inovarem na organização pedagógica de seus cursos, há necessidade de se buscar um equilíbrio entre a inovação e a regulação, entre a autonomia das IFES e as orientações nacionais emanadas do Conselho Nacional de Educação e da legislação maior vigente no país.

O que se quer é garantir que estas regras não coloquem a inovação na ilegalidade ou a desestimulem. Os novos percursos formativos devem, por exemplo, contemplar as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos tradicionais? Devem respeitar que carga horária mínima para que seja possível permitir uma titulação diferenciada? Os instrumentos de avaliação devem ser os mesmos utilizados para os cursos atualmente existentes? Como muitas instituições organizaram os seus currículos pensando em diplomações ou certificações intermediárias, com desenhos e percursos acadêmicos bastante diferenciados, há que se disciplinar a matéria antes que os alunos se formem.

Na UFFS serão três pilares de formação: o Tronco Comum, o Domínio Conexo e o Domínio Específico. No primeiro, são as disciplinas de formação geral para todos os cursos, com a finalidade de oferecer ao aluno o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o bom desempenho profissional. E, ainda, dar ao estudante a consciência sobre questões que envolvem as relações sociais, de poder, das organizações sócio-político-econômica e cultural nas diferentes esferas da sociedade.

No Domínio Conexo, o estudante terá as disciplinas que são comuns a vários cursos de uma mesma grande área. Na última etapa, o estudante fará o Domínio Específico, que garante a sua formação profissional. A possibilidade de diplomação intermediária poderia, no caso, ser prevista para todos os alunos que concluíssem com sucesso as disciplinas do tronco comum e do domínio conexo. Várias universidades (UFABC, UFBA), a partir do Reuni, estão estruturadas para contemplar estas diplomações intermediárias. Na UFFS, esta diplomação, por enquanto, só foi pensada para a Licenciatura em Ciências. Mas no andamento das discussões poderá ser estendida a todos os bacharelados e licenciaturas.