Professora do curso de Medicina da UFFS explica como acontece a transmissão do coronavírus
Isolamento social ainda é a melhor forma de prevenção

Publicado em: 30 de março de 2020 21h03min / Atualizado em: 31 de março de 2020 13h03min

Em meio a pandemia do Coronavírus (COVID-19) é preciso entender como se dá a transmissão do vírus e quais as ações preventivas que precisamos ter. Para isso, conversamos com a professora do curso de Medicina do Campus Chapecó, Grasiela Marcon, para esclarecer a comunidade acadêmica e regional.

Como se dá a contaminação pelo coronavírus?

Grasiela Marcon - Segundo o Ministério da Saúde (MS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), a transmissão acontece de uma pessoa que esteja contaminada pelo vírus para outra por meio de gotículas de saliva, espirro, tosse ou através do contato com objetos ou superfícies contaminadas como celulares, mesas, maçanetas, brinquedos, teclados de computador, etc.
Sabe-se hoje que a principal maneira de transmissão da doença é através das gotículas respiratórias expelidas por alguém que esteja contaminado ao tossir. A maioria das pessoas contaminadas não apresentarão sintomas ou apenas irão ter sintomas leves, principalmente nos estágios iniciais da doença. Isso faz com que possa ocorrer transmissão para outros indivíduos antes mesmo da pessoa se perceber doente.

Por que esse contágio foi e é tão rápido?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias já amplamente conhecidos, entretanto o novo agente do coronavírus, descoberto em 31 de dezembro de 2019, após casos registrados na China, é quem provoca a doença chamada de coronavírus (COVID-19). Segundo especialistas, o novo vírus, embora ainda em estudo, parece ter características que o fazem mais transmissível e adaptável ao ser humano. Quanto às características próprias de cada vírus que o tornam mais ou menos transmissível, os especialistas destacam vários fatores, como a via de transmissão, a sua capacidade de se adaptar a um novo hospedeiro, o tempo que sobrevive suspenso no ar e sua velocidade de replicação. Vale ressaltar também que alguns efeitos da globalização, tais como a grande circulação de pessoas nas cidades e em aeroportos, são fatores que contribuíram para que a disseminação ocorresse de forma mais rápida e descontrolada.

Quais são as maneiras de evitar a transmissão e o contágio?

Para proteger-se do contágio e evitar a transmissão é necessário alguns cuidados, tais como: Lavar com frequência as mãos até a altura dos punhos, com água e sabão ou então higienizar com álcool em gel 70%; Ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com lenço ou com o braço, e não com as mãos; Evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas. Ao tocar, lave sempre as mãos como já indicado; Manter uma distância mínima cerca de 2 metros de qualquer pessoa tossindo ou espirrando; Evitar abraços, beijos e apertos de mãos. Adotar uma onda amigável sem contato físico; Higienizar com frequência o celular e brinquedos das crianças; Não compartilhar objetos de uso pessoal; Evitar aglomerações e manter os ambientes limpos e bem ventilados.Se estiver doente, evite contato físico com outras pessoas, principalmente, idosos e doentes crônicos e fique em casa até melhorar. Além disso, é fundamental dormir bem, ter uma alimentação saudável e fazer atividade física.

O isolamento é mesmo uma forma eficiente de evitar a disseminação do vírus? Se sim, por quê?
Sim. Ainda o isolamento é a única medida preventiva sabidamente eficaz para evitarmos a disseminação do vírus. Quem está doente ao se manter em isolamento, permite que a doença não seja propaganda. Já quem está saudável, ao realizar o isolamento, se previne de contrair o COVID-19. Vários estudos buscam também encontrar uma medida farmacológica para combatermos a doença, entretanto apesar de já termos algumas alternativas, nada ainda está estabelecido de forma concreta.

É preciso ter cuidados mesmo em isolamento? Se sim, quais?
Sim. Medidas como higienização com álcool gel nas mãos e limpeza frequente de objetos são essenciais. É importante lembrar-se que, mesmo em isolamento, nós mesmos ou alguém que esteja morando conosco necessitará frequentar alguns locais como supermercados e farmácias. É também em virtude disso que se faz fundamental termos consciência que os cuidados devem ser constantes.