Campus Erechim realiza evento de encerramento do Pibid e da Residência Pedagógica
Nos últimos três semestres, 170 acadêmicos dos cursos de Licenciatura participaram dos dois programas

Publicado em: 06 de dezembro de 2019 11h12min / Atualizado em: 06 de dezembro de 2019 16h12min

A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim realizou, na quinta-feira (5), um seminário de encerramento do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e do Programa de Residência Pedagógica (PRP). Nos últimos três semestres, 170 acadêmicos dos cursos de licenciatura do Campus participaram dos programas, desenvolvendo atividades em escolas de Erechim e região.

Abertura do evento reuniu comunidade universitária no Campus (Fotos: Wagner Lenhardt/Ascom-ER)

O evento contou com a presença da professora Valeska Fortes de Oliveira, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que ministrou uma palestra sobre a importância da relação universidade-escola no processo de formação inicial de professores. Para a docente, o Pibid e o PRP “foram programas fundamentais como políticas públicas”.

– Primeiro, por incentivar a própria docência. No âmbito nacional, estamos com problemas nas licenciaturas, estamos perdendo alunos. Principalmente pelo fato de a profissão não ser atrativa do ponto de vista das condições de trabalho, do ponto de vista salarial, do reconhecimento simbólico do papel do professor. Por isso, o Pibid e a Residência Pedagógica são estímulos – destaca Valesca.

Docente da UFSM, Valeska enfatizou a grandeza dos programas de integração entre universidade e escola

Para a professora da UFSM, ambos os programas possibilitam o desenvolvimento tanto dos futuros professores como também dos próprios cursos de licenciatura das universidades.

– Você não vai ficar somente dentro do curso ouvindo o que é a docência, você vai vivenciar através de uma inserção direta na escola. Para a universidade, essa inserção traz questionamentos quanto aos nossos currículos ou como nós temos trabalhado dentro da universidade, o que temos discutido, a forma de trabalho, se os currículos de fato não estão (conforme os alunos dizem) muito em cima de teorias que não são visualizadas no campo profissional. Então também possibilita essa discussão com a nossa forma de trabalhar e a nossa relação da universidade com a escola – diz a docente.

Acadêmico do curso de Licenciatura em Geografia, Everton Hernani dos Santos participou da Residência Pedagógica. “Foi um momento muito significativo e importante. É um espaço no qual a gente consegue se desenvolver muito mais que no estágio”, opina o futuro professor.

– Além de desenvolver as práticas em sala de aula, nós conseguimos raciocinar sobre a ciência que estamos estudando. Desenvolvemos o planejamento de aulas, escrevemos artigos para eventos, etc. Eu trabalhei com a temática da ansiedade, falando sobre a ansiedade nos professores, pensando na psicologia do professor enquanto esse agente transformador, responsável pela educação e cidadania das pessoas. A Residência Pedagógica abriu um espaço enorme para que nós conseguíssemos fazer essas atividades e nos envolver bastante na educação e no ensino nas áreas das nossas ciências aqui do Campus, como a Geografia.

Coordenadora acadêmica da UFFS – Campus Erechim, a professora Sandra Pierozan recorda que houve uma década de movimentos de apoio à formação de docentes.

– O Ministério da Educação tinha diversas ações que estavam focadas e preocupadas em fazer a inserção dos acadêmicos nas escolas, de modo que eles fossem, ao longo da graduação, convivendo com as atividades nas escolas. Esse tipo de atividade foi significativo para o nosso Campus. Nós tivemos muitos pibidianos, muitos acadêmicos na Residência Pedagógica nesses anos todos, e isso fez com que muitos acadêmicos pudessem se dedicar de forma mais apropriada ao próprio curso de Graduação, uma vez que eles tinham apoio financeiro com uma bolsa, a orientação valiosa de professores que se dedicavam a isso e uma supervisão na escola atenta ao crescimento deles – reflete Sandra.

Durante a tarde, acadêmicos puderam compartilhar suas experiências nas escolas

– O que nós percebemos é que houve um declínio nos últimos anos com relação ao apoio que o Pibid teve. No ano de 2017 foi feito um movimento muito grande, o “Fica Pibid”, no momento em que o governo federal imaginava encerrar esse programa. Ele continuou com uma outra perspectiva, mas continuou – justamente porque se comprovou a importância de ter esse apoio na formação de nossos licenciandos. Como o nosso Campus tem um grande número de cursos na área de formação de professores, me parece que é pacífico entender que isso tem um significado bem importante – finaliza.

A UFFS – Campus Erechim tem atualmente seis cursos de licenciatura: Ciências Sociais, Filosofia, Geografia, História, Interdisciplinar em Educação do Campo e Pedagogia.