Projeto Luzes leva conforto a pacientes e familiares da oncologia do HRO
Mais de 132 voluntários atuam no projeto de Extensão

Publicado em: 09 de outubro de 2019 12h10min / Atualizado em: 09 de outubro de 2019 15h10min

Mais de três mil atendimentos e uma busca: amparar pessoas nos momentos mais difíceis, aglutinando os que querem ajudar e buscar possibilidades para que mais pessoas possam ser beneficiadas e se sintam bem. Esse é o projeto “Cuidados Paliativos e Espiritualidade: Linhas Entrelaçadas no Cuidado ao Paciente Oncológico – Projeto Luzes”, sob a coordenação da professora da UFFS – Campus Chapecó Leoni Zenevicz, que atua desde agosto de 2018 no Hospital Regional do Oeste.

Desenvolvido no Hospital Regional do Oeste (HRO), o projeto tem como principal objetivo oferecer aos pacientes, familiares e profissionais de saúde envolvidos no cuidado oncológico, durante a hospitalização e/ou tratamento ambulatorial, melhor qualidade de vida para todos, utilizando as Práticas Integrativas e Complementares (PICs), a Arteterapia e atividades de recreação.

De acordo com a professora Leoni, o projeto era sonhado há mais de dez anos, desde que era professora na Unochapecó. Em 2018, o projeto foi encaminhado, concorreu no edital Universal e foi contemplado. Após tratativas com a equipe diretiva do HRO, conseguiram uma sala e iniciaram as atividades. “A lei das PICs não havia saído ainda quando integramos as atividades como forma de cuidar da espiritualidade humana e não somente da parte biológica. Hoje, vejo o projeto como um grande bordado, feito por 132 mãos com diversas cores, que representa o arco-íris, porque cada um tem uma energia, uma sintonia harmônica, e estamos bordando uma assistência diferenciada dentro do hospital”, explicou.

Da UFFS – Campus Chapecó participam as professoras Tatiana da Silva, Jeane Barros de Souza e Silva, Sílvia Silva de Souza, Julyane Felipetti Lima, Marcela Martins Furlan Leo, Agnes de Fatima Pereira Cruvinel e Gabriela Gonçalves de Oliveira. Além da servidora técnico-administrativa Nelcy Terezinha da Rosa Kegler.

Trabalhos

Para fazer o projeto acontecer, mais de 132 voluntários se dividem entre as atividades de oração, reiki, contação de histórias, massagem laboral, auriculoterapia, barra de acess, grupos de música e canto, estudo de espiritualidade, meditação e pintura de mandalas, atividades comemorativas, saúde mental, bio energetics medicina, cuidados com a saúde bucal, aromaterapia, jogos e atividades recreativas.

Aos pacientes em fase final da doença faz-se a permissão de partida – tecnologia leve de cuidado – em que uma conversa prepara e auxilia o paciente para partir, para se entregar de forma amorosa, sem medo da morte e sem sofrimento. “Para a família, o cuidado espiritual fortalece a esperança em melhores dias e a manutenção das forças para seguir em frente. Para a equipe, o entendimento de que amor e ciência são aliados e se entrelaçam no cuidado e que podem desenhar literalmente uma assistência ampliada ao ser humano no processo de viver e de morrer. Esse diálogo  tranquiliza quem está partindo porque muitos não querem ir, por medo do sofrimento dos que ficam, mas com as pendências resolvidas, na medida do possível, todos conseguem a paz”, explicou Leoni.

Nesse tempo de projeto, a comunidade também se sensibilizou e fez algumas doações importantes como aparelho de televisão, computador, cadeira de massagem, mesas, jogos, entre outros. Assim como outros professores dos cursos de Enfermagem e Medicina da UFFS e de outras instituições e técnicos também passaram a fazer parte ativamente, seja montando grupos de trabalho, seja auxiliando em alguma atividade.

“Fomos acolhidos na oncologia, tanto pelos pacientes, como pelos familiares e os funcionários. Agora percebemos e colhemos os primeiros frutos, que são os encaminhamentos dos profissionais médicos ao projeto, isso significa que eles entenderam a concepção, que é realmente um projeto que tem um objetivo central de ajudar o paciente a ultrapassar suas dificuldades enquanto paciente oncológico. O câncer é uma doença muito significativa, impactante, modifica não só a vida do paciente, mas a sua dinâmica familiar e social, e as terapias os auxiliam na aderência ao tratamento, o enfrentamento de suas perdas e também ao paciente se preparar para sua finitude”, concluiu Leoni.

Próximos passos

De acordo com Leoni, a ideia é que o projeto avance e se transforme numa Associação, com uma marca, através da qual se possa angariar recursos para atender à demanda por ampliação do projeto no HRO.

Além disso, estão previstas a implantação de novas PICs como acupuntura, massagem com pincéis e aromaterapia. Um livro também está sendo terminado, com previsão de lançamento no próximo ano, Cuidados Espirituais, com a participação dos professores de Enfermagem e da Medicina, numa linguagem acessível para que todos que gostam da temática possam adquirir conhecimentos.

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