Programa da UFFS – Campus Chapecó inicia ações em unidades básicas de saúde

Publicado em: 05 de setembro de 2016 14h09min / Atualizado em: 04 de janeiro de 2017 11h01min

É envolvendo ensino, serviço e comunidade que o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) Gradua/SUS está sendo desenvolvido na UFFS – Campus Chapecó. Gestores e servidores da Secretaria Municipal da Saúde de Chapecó, professores e estudantes de Enfermagem e Medicina da UFFS – Campus Chapecó fazem reuniões, planejamento e estudos em prol da ideia de mútuas contribuições.

A partir de dados levantados por vários setores da Secretaria de Saúde, reuniões de avaliação e planejamento, um plano de ação foi constituído. Uma gama grande de proposições de ações foi levantada e, a partir dela, feita a seleção das prioridades. Conforme uma das professoras à frente do programa, Andreia Machado Cardoso, os grupos, embora atuem em territórios diferentes, têm ações convergentes.

Estão envolvidos nas ações preceptores das unidades, seis professores da UFFS – sendo três de Enfermagem e três de Medicina – e seis estudantes bolsistas – também três de cada curso, além de outros docentes e acadêmicos que atuam como voluntários. Os trabalhos são nas unidades básicas Jardim América, Seminário e São Pedro, que, conforme a professora Débora Tavares, uma das líderes -, são representativas do todo das unidades de Chapecó.

A roda gira da seguinte forma: com as informações sobre a realidade da saúde em Chapecó, estudos são feitos, ações são estabelecidas e realizadas nas unidades básicas de saúde. A partir daí, é possível trazer para os Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) de Medicina e Enfermagem, modificações que atendam melhor às necessidades da saúde da população local e regional. Também ganha, portanto, a própria comunidade, que terá, futuramente, profissionais com formação mais próxima das demandas reais da população.

Todo esse processo foi composto por seis reuniões de planejamento e nos colegiados com toda a equipe, diagnóstico teórico prévio, apresentação dos preceptores, além da Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF).

Segundo a professora Débora, logo nos primeiros reconhecimentos nos territórios, novas demandas já foram encontradas. Uma, por exemplo, diz respeito à abordagem dos agentes comunitários de saúde com a população LGBT: nas entrevistas, como não perguntam sobre a orientação sexual, o campo não é preenchido. “É necessário instrumentalizar os estudantes para atuar com os agentes”, aponta ela.

Apesar das mudanças e inserções nos PPCs dos cursos terem um prazo mais ampliado para acontecerem, algumas questões já incidem imediatamente. Os petianos mostraram para os colegas da oitava fase de Enfermagem, por exemplo, as demandas já levantadas para que possam levá-las em consideração no momento da escolha do tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Os estudantes têm oito horas semanais para atuar no PET. Porém, é um tempo que está sendo aproveitado para “ampliar a visão do que é saúde”, conforme o bolsista João Marcos Soares Miranda Cordeiro, estudante de Medicina. E não apenas isso: para ele, o PET está mostrando que o profissional precisa de mais sensibilidade para perceber o contexto em que a pessoa vive, para enxergar além dos conhecimentos técnicos e científicos.

A bolsista e estudante de Medicina Kássia Kremer aponta que a vivência proporciona visualizar a importância do trabalho em equipe. Além disso, considera uma oportunidade ímpar ajudar a construir o curso. “É uma responsabilidade imensa, mas também um privilégio enorme, já que podemos ajudar a fazer a história do curso”, indica.

Para o estudante de Enfermagem e bolsista do PET Adair Weber, há lacunas entre comunidade, serviço e universidade. “É necessária a busca incessante, mesmo enquanto acadêmico para compreender tudo isso e tentar diminuir todas essas barreiras existentes”. Nesse sentido, para ele, as ferramentas oferecidas pelo PET contribuem para que as discussões em sala de aula sejam fomentadas para, “inclusive, contribuir nos modos de se construir o processo ensino-aprendizagem dos futuros profissionais que ocuparão os serviços de saúde, agindo junto à comunidade com uma responsabilidade social muito importante”, finaliza.