Professor conquista Bolsa Produtividade em Pesquisa
Inovação teórico-metodológica e interdisciplinaridade do projeto inscrito, além de publicações em periódicos bem conceituados no Brasil e no exterior, foram decisivas para a aprovação

Publicado em: 09 de março de 2020 10h03min / Atualizado em: 09 de março de 2020 16h03min

O professor da UFFS – Campus Chapecó Claiton Marcio da Silva foi aprovado para receber a Bolsa Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq. Na UFFS, ele é o quarto professor a receber a bolsa e o primeiro a receber da área de Humanidades.

Claiton é professor de História da Fronteira Sul nas graduações e no Programa de Pós-Graduação em História (PPGH), além de pesquisador ligado ao “Fronteiras: Laboratório de História Ambiental”. E foi justamente no laboratório que, em 2017, o projeto “A Era da Soja” começou e, em 2019, transformou-se no projeto de produtividade do professor Claiton.

Inicialmente, o projeto foi aprovado no Edital Universal do CNPq, na faixa B (de pesquisadores mais consolidados). É interdisciplinar, envolvendo pesquisadores de várias áreas que observam o avanço da cultura da soja.

Além de diversas áreas, há pesquisadores da UFFS – Marlon Brandt, Samira Moretto, Miguel Carvalho (do Campus Laranjeiras do Sul), Antonio Andrioli (Ciências Sociais), Larissa Trindade (Administração) - de outros países como Itália, França, Dinamarca, Argentina, EUA, Áustria. Atuam no projeto, ainda, bolsistas da Graduação e da Pós-graduação. “Embora a bolsa PQ seja destinada ao pesquisador, isso só foi possível porque temos um grupo envolvido”, ressalta o professor.
Conforme ele, além de interdisciplinar, “o projeto foi bastante elogiado justamente pela sua relevância socioambiental e pelo caráter de inovação, porque não tem ninguém pesquisando esse tema da maneira como a gente está”.

O professor dá um exemplo muito claro de como a soja faz parte do ambiente em toda a região: “Você sai da UFFS (Campus Chapecó) e dá de cara com uma plantação de 30 hectares . Como é de alternância, neste ano é de milho, mas, agora em março, já começa a alternar com soja. Passando a UFFS, chega-se à Aurora, a agroindústria de maior potencial de abate da América Latina, e que tem animais confinados alimentando-se justamente a partir de rações à base de soja – de milho também, mas muito mais soja. Essa proteína animal é praticamente composta pela base da soja. Então, penso que essa é uma característica relevante – estamos cercados pela soja. Literalmente vivemos a Era da Soja em toda região do Conesul”, destaca ele.

Trajetória

Conta, também, para a avaliação do projeto pelo CNPq, o quanto o pesquisador tem publicado em periódicos nacionais e internacionais. Desde 2016, Claiton vem publicando artigos advindos da realização de dois projetos de pesquisa: um sobre a modernização da agricultura no Oeste de Santa Catarina e o outro sobre a internacionalização da agricultura nos cerrados brasileiros.

Do primeiro projeto, o pesquisador comenta que foram publicados pelo menos cinco artigos. Eles também são publicados em inglês, pois o professor comenta que passou a construir uma rede internacional, durante o Pós-doutorado, a partir de 2017.

O segundo projeto, cujo assunto também ainda não havia sido abordado, verifica a atuação de uma série de agências internacionais com o intuito de promover a revolução verde; além da dramaticidade ecológica que esse movimento promove, com grandes extensões de áreas brasileiras desmatadas e utilizadas para a agricultura com transgênicos, poluição e das questões sociais resultantes.

Durante a realização do Pós-doutorado (por seis meses no Massachusetts Institute of Tecnologies - MIT) e outros seis meses no Rachel Carlson Center, em Munique, na Alemanha, a rede de contatos do docente cresceu ainda mais. “Lá conheci uma série de pessoas que se interessaram pelo meu tema, e começamos a escrever em conjunto e comparativamente. Então, escrevia sobre o cerrado brasileiro, enquanto uma colega italiana escrevia sobre o mesmo tema na Líbia. Ao mesmo tempo, produzi artigos individuais, o que aumentou consideravelmente minha produção em periódicos de alta qualidade, que são o que chamamos de A1 e A2 – revistas brasileiras com impacto internacional. Também passei a publicar em revistas internacionais, sobre temas que acabamos pesquisando indiretamente”.

PPGH

Segundo o professor, a conquista pode aumentar a possibilidade do Programa de Pós-Graduação em História da UFFS – Campus Chapecó aumentar a nota de avaliação da CAPES, já que um dos requisitos é a internacionalização e ter um PQ.