Estudantes criam materiais didáticos sobre o uso da tela interativa
Treinamentos também serão oferecidos a professores interessados

Publicado em: 20 de setembro de 2017 12h09min / Atualizado em: 20 de setembro de 2017 12h09min

Duas estudantes de Pedagogia da UFFS – Campus Chapecó mudam de papel e começam, em breve, a ministrar aulas a professores. Por meio do Programa de Educação Tutorial (PET) - Assessoria Linguística e Literária da UFFS, elas ingressaram na missão de desenvolver um projeto no Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (LIFE): estudar, criar materiais e ensinar professores a utilizarem a lousa digital para aprimorar as aulas.

Estudantes, de frente, no canto direito da foto, e, ao fundo, a tela interativa mostra um gráfico

Tailine Matte e Layana Mantelli, da quarta fase de Pedagogia, encararam o desafio com o professor Carlos Roberto França, idealizador do projeto. Afastado para capacitação, o professor passou o projeto para que o professor Glaucio Fontana seguisse interinamente à frente da iniciativa.

As estudantes iniciaram, em março, instalando o programa utilizado para o uso da tela interativa. Autodidaticamente, mexeram e aprenderam bastante sobre os recursos disponíveis. Buscaram, pesquisaram e chegaram à conclusão: demanda certa habilidade com o computador, mas atuar com a tela interativa é algo simples.

A partir do conhecimento que tiveram sobre o assunto, elas partiram para uma nova etapa: escrever uma apostila e gravar tutoriais. Manusearam câmera, editaram vídeos e colocaram o conteúdo no papel sempre buscando mais informações – já que não dominavam todas as técnicas para realizar essas tarefas. Mesmo com apenas dez horas semanais para atuar no projeto, elas superaram os desafios e finalizaram os materiais. A apostila e os vídeos estão disponíveis para todos que quiserem aprender sobre a lousa digital no Repositório da Biblioteca.

Layana aponta que, em sala de aula, o uso da tecnologia da lousa digital, faz diferença. “Há uma aproximação à realidade do aluno. Hoje, o estudante não é analógico, ele é digital, e as aulas seguem sendo analógicas”. Ela ressalta que, a partir de uma dúvida, por exemplo, é possível colocar um vídeo ou mesmo construir um mapa conceitual colaborativo instantaneamente, ou seja, juntar e interligar conceitos, fazendo-o a várias mãos. “E ainda é possível, com determinados programas, chamar o link e os estudantes irem inserindo conteúdos dos próprios celulares”, frisa Tailine.

Como reforça Layana, a lousa digital traz a possibilidade de uma construção mais dinâmica dos conhecimentos. “O professor é um mediador de conhecimentos, e a tecnologia é uma forma maravilhosa de fazer com que isso aconteça: você propicia o ambiente e o aluno pode se tornar um artífice do seu próprio conhecimento”. E completa: “hoje, quando uma aula é somente expositiva, é cansativa. E os slides ninguém mais aguenta, pois são estáticos”, constata.

A experiência tem rendido reflexões e possibilidades às estudantes. Primeiro, porque já não veem mais as aulas como antigamente. “A gente pensa: e se o professor trouxesse isso na lousa? É muita oportunidade parada”, destaca Tailine. E, segundo, pois embora estejam na quarta fase, as estudantes já começaram a pensar no desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na área de “tecnologias”.

Conforme o professor Glaucio, todas as áreas podem se apropriar dos conteúdos e utilizar o recurso. E, por isso, o treinamento – que englobará desde a instalação do programa e será bastante prático – estará aberto a todos os professores da UFFS – Campus Chapecó. O grupo trabalha no fechamento do planejamento das aulas e na abertura das inscrições, mas uma coisa é certa: todas as quintas-feiras, de outubro a dezembro, os interessados terão a oportunidade de aprender a inserir a tecnologia nas aulas.