Curso ofertado pela UFFS – Campus Chapecó em parceria com a AEF-Brasil propaga Educação Financeira
Servidores da Educação do RS serão os primeiros cursistas, mas a ideia é disseminar os conhecimentos com a sociedade

Publicado em: 20 de maio de 2019 11h05min / Atualizado em: 20 de maio de 2019 18h05min

A UFFS – Campus Chapecó é protagonista no Sul do país: é a primeira Instituição da região que oferece um curso de Educação Financeira em parceria com a Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF – Brasil). Em 2019, o Curso de Aperfeiçoamento em Educação Financeira para Servidores da Rede Pública Estadual de Educação será ofertado, na modalidade a distância, a professores e servidores gaúchos, já que o primeiro acordo foi fechado com a Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul (SEDUC-RS).

A aula inaugural do curso será no dia 23, justamente durante a Semana Nacional de Educação Financeira, que ocorre de 20 a 26 de maio. O momento inicial do curso acontece em Porto Alegre e reunirá cursistas, convidados, além de parte da equipe da UFFS e professores de outras instituições que participam do projeto.

Serão 220 horas de curso, ao longo de dez meses. A oferta é da UFFS – Campus Chapecó, e a AEF – Brasil, entidade sem fins lucrativos, financiará o projeto. Serão 120 cursistas, que serão multiplicadores das informações recebidas, repassando-as nas escolas, especialmente, a crianças e jovens.

A coordenadora geral do curso, professora de Administração na UFFS – Campus Chapecó, Larissa de Lima Trindade, lembra que, na nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Educação Financeira é um tema transversal, tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio. Assim, há uma “emergência”, motivada pela legislação, para a Educação Financeira. Entretanto, há outros fatores, mais profundos e complexos, para o incentivo: “há um contexto a respeito da falta de Educação Financeira dos brasileiros. Em geral, o brasileiro tem dificuldade de poupar ou investir. Muitas vezes as pessoas querem realizar sonhos agora, mas geram pesadelos por anos. É necessário entender que mesmo que seja pouco, o que é poupado com frequência tem impacto importante a longo prazo”.

A AEF-Brasil financia projetos de Educação Financeira em parceria com instituições federais em outros três estados: Tocantins, Minas Gerais e Paraíba. No Sul, conforme a professora Larissa, a demanda inicial foi do Rio Grande do Sul, mas é provável que, nos próximos anos, também sejam proporcionadas turmas para o Paraná e Santa Catarina. Para o curso a ser ofertado em 2019, foram investidos R$ 160 mil.

O início

A ideia de engajar a UFFS – Campus Chapecó e a AEF – Brasil não é recente. Desde 2017 está em tramitação a possibilidade da parceria, que foi trazida pelo professor Élsio Corá, quando atuou na Secretaria de Educação Básica do MEC. Após conhecer o projeto, o professor propôs que o projeto fosse realizado na Instituição e trouxe a presidente da AEF – Brasil, Cláudia Fortes, para uma reunião. O projeto foi, então, criado em 2018 e institucionalizado como de Extensão na UFFS.

O curso já possuía uma linha quanto às disciplinas, porém houve autonomia para olhar para as particularidades da Secretaria do Estado do Rio Grande do Sul. Conforme a professora, essa primeira edição será um curso de aperfeiçoamento, mas, caso futuramente seja demandado, é possível criar um curso de especialização – como já acontece em outros estados.

O curso está estruturado em módulos: o primeiro é introdutório aos conceitos; em seguida,  Finanças sem Segredo (AEF – Brasil); depois vem Matemática Financeira; seguido de Neurociência; Finança Comportamental; Planejamento Familiar e Orçamentário; BNCC; e Formação Humana Integral. Ao final de cada módulo, o cursista deverá realizar um projeto de intervenção do módulo na sua escola, o que permite uma integração entre o que foi apreendido e a experiência prática na sala de aula.
Conforme a professora, as expectativas “são as melhores possíveis”: o grupo está motivado, queremos que o projeto prossiga, perpetue-se e que a UFFS – Campus Chapecó se confirme como um polo e possa disseminar e capacitar muita gente sobre a Educação Financeira.

A principal possibilidade que se abre com o curso, conforme a professora, é a disseminação do conteúdo. “Acreditamos que o curso tenha um papel muito importante, já que tem um caráter multiplicador. Os professores do curso passarão o conteúdo aos demais professores, que repassarão aos seus alunos, que, por sua vez, levarão às famílias, que talvez também transmitirão aos vizinhos. A ideia do curso, quem vem com essa estratégia, é levar a Educação Financeira como um movimento em rede, para todo o país. Acredito que essas iniciativas devam avançar para outros espaços e para várias faixas etárias, inclusive aos idosos, que têm um endividamento elevado no Brasil.”

Ainda segundo Larissa, a Educação Financeira é um tema transversal e é fácil exemplificar: “a Educação Financeira perpassa várias áreas. Precisamos ter consciência financeira, e, para isso, é necessário repensar o consumo. Quando consumimos de maneira mais adequada, estamos não somente economizando, mas também preservando o meio ambiente”, finaliza ela.