Novo cenário histórico é debatido durante IV Seminário de Formação Continuada do Campus Cerro Largo
Reformas como BNCC e Referencial Curricular Gaúcho também foram abordados

Publicado em: 08 de novembro de 2019 14h11min / Atualizado em: 11 de novembro de 2019 07h11min

Ocorreu na manhã desta sexta-feira (08), na sede do Heimatland, a 4ª edição do Seminário de Formação Continuada de Professores da Região Macromissioneira, que debateu a formação de conhecimento do professor a partir do cenário histórico atual. Segundo o professor doutor Sidinei Pithan da Silva (UNIJUÍ), “o conhecimento está sempre em formação. O novo momento histórico configura em uma forma diferenciada de vida e nela se conjugam desafios políticos, éticos, culturais, epistêmicos, econômicos e sociais”, explica. Ele acrescentou ainda que o papel da escola está em fazer a interlocução entre a ciência e o cotidiano, baseado neste contexto. Assim, “quando há desinteresse em sala de aula há um desinteresse pelo passado e pelo futuro e tudo aquilo que possa significar. O resultado disso é um fechamento de horizontes com um desprezo brutal de todo patrimônio cultural público herdado”, afirma.

Sidinei ministrou a palestra sobre “O professor e sua formação na contemporaneidade: conhecimento, educação e sociedade”. Logo após, ocorreu debate sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Referencial Curricular Gaúcho, momento em que se questionou de que maneira essa reforma pode trazer consigo as novas formas de se vivenciar o mundo sem que se apague o conhecimento tradicional e a ciência.
Para o diretor do Campus Cerro Largo, Bruno Wenzel, a formação de professores, por ser uma política de estado, foi fortemente abraçada pela UFFS. “Esse programa, além de atender a nossa demanda natural de formação e aperfeiçoamento do magistério, também se apresenta como uma ferramenta importante para construirmos e implementarmos as novas diretrizes curriculares, a BNCC e o Referencial Curricular Gaúcho. Por isso reiteramos nosso compromisso com o programa”, destaca.

O secretário municipal da Educação de Cerro Largo, Edgar Ferst, lembra que há alguns anos, antes da UFFS lançar este programa, era a Prefeitura Municipal que investia em eventos como o Seminário para que os professores da rede pudessem fazer a formação. “Essa parceria com a Universidade federal faz com que os municípios economizem e os professores tenham esse tipo de formação de forma gratuita. Continuem, professores, participando desses eventos e deste trabalho belíssimo que está sendo oferecido para nós”.

Orientação Educacional em destaque

Na ocasião, foi lançado o livro “Desafios à escola contemporânea: reflexões e práticas que ressignificam a Orientação Educacional”, organizado pelo curso de especialização em Orientação Educacional da UFFS – Campus Cerro Largo. Segundo a professora Neusete Machado Rigo, uma das organizadoras do livro junto com o professor Luis Fernando Gastaldo e Lívio Arenhart, o livro pretende destacar “a importância do papel do orientador nas escolas de maneira que a gente possa contribuir para uma escola mais democrática, mais participativa e que nossos alunos se envolvam mais”.

O livro apresenta uma coletânea de textos, fruto das práticas e reflexões produzidas por professores e egressos de duas edições do curso (2012 e 2015). Segundo Neusete, são textos que discutem a formação necessária ao Orientador Educacional (OE), profissional que atua nas escolas de Educação Básica no acompanhamento e mediação aos estudantes em sua vida escolar. “A formação proporcionada pelo curso esteve fortemente relacionada à mediação de conflitos na escola, utilizando-se de referenciais teóricos identificados com as demandas da compreensão humana, e nesse sentido, a Justiça Restaurativa e suas práticas estiveram perpassando o currículo do curso, resultando na produção apresentada no livro”, afirma.

Os textos versam sobre a importância e o papel da OE na educação contemporânea em relação aos seus desafios para garantir educação para todos, respeito às diferenças e construção da paz. Neusete destaca que a pós foi incentivada também pela Promotoria de Justiça da Educação de Santo Ângelo, instigando a universidade a proporcionar a habilitação de orientadores educacionais, tendo em vista a necessidade deste profissional para a mediação de conflitos nos espaços escolares. “O apoio da Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul (AOERGS) também foi fundamental para sua projeção”, informa a professora.


A pós-graduação em Orientação Educacional já contou com três edições e habilitou 76 profissionais para atuarem nas escolas de Educação Básica.

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