Publicado em: 12 de novembro de 2024 10h11min / Atualizado em: 12 de novembro de 2024 10h11min
Como promover uma educação que seja, de fato, inclusiva? Para o professor José Eduardo de Oliveira Evangelista Lanuti, da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (UNESP), os desafios são muitos e passam, inclusive, pelo entendimento das diretrizes estabelecidas pela Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, aprovada em 2008. Lanuti foi o docente convidado para ministrar a aula inaugural do curso de Educação Especial Inclusiva, na noite de sexta-feira, dia 8 de novembro. O curso é ofertado pela UFFS nos campi Chapecó, Erechim e Laranjeiras do Sul.
Para Lanuti, a inclusão é um paradigma, pois exige um novo modo de olhar para a realidade. “E esse modo novo considera a fundamental importância de que todas as pessoas, indistintamente, tenham asseguradas condições de acesso, permanência e participação onde elas quiserem. Na vida social, laboral, nos espaços de lazer, em qualquer espaço em que queiram estar”, pontua.
No que se refere à inclusão escolar, desde a educação básica até o ensino superior, ele destaca que além do acesso, da permanência e da participação, é preciso se pensar na aprendizagem. Lanuti diz que os estudantes não devem ser comparados uns com os outros e que o papel do professor é garantir que cada aluno avance dentro da sua capacidade. Neste contexto, os educadores, de forma conjunta, precisam pensar na acessibilidade daqueles com necessidades especiais. “Não existe inclusão sem acessibilidade”, enfatiza.
Lanuti comenta que a política nacional prevê um serviço, o Atendimento Educacional Especializado (AEE), mas este ainda não foi bem entendido, assim como não é compreendida a função da Sala de Recursos Multifuncionais. Ele comenta que muitas pessoas veem a sala como um espaço de segregação, quando, na verdade, ela é um local de trabalho do profissional do AEE, onde este recebe as famílias e realiza atividades direcionadas que não estão previstas na sala comum e que servem para dar apoio ao estudante com necessidades especiais.
Na opinião de Lanutti, é fundamental que o profissional de AEE trabalhe de forma conjunta com os demais professores, para a promoção da acessibilidade no processo de aprendizagem na sala comum, afinal, “a inclusão não se dá na sala de recursos, se dá no espaço coletivo que é a sala de aula comum”. Ele destaca, ainda, que a prática da acessibilidade aos estudantes com necessidades especiais já demonstrou ser eficaz também para a aprendizagem dos demais estudantes envolvidos, então todos ganham.
A aula inaugural foi transmitida pelo Youtube e o vídeo segue disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GJERE9gd7A0
O curso
O curso de Educação Especial Inclusiva - segunda licenciatura da UFFS foi criado no âmbito do Programa de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) e conta com 3 turmas, nos campi Chapecó, Erechim e Laranjeiras do Sul. Atualmente estão matriculados 78 alunos e foi aberto processo seletivo para ocupar as 12 vagas remanescentes, cujos aprovados devem integrar as turmas até o fim de novembro. Ao todo, o curso terá duração de quatro semestres, com 26 componentes curriculares.
A professora Patricia Graff é coordenadora do Parfor na UFFS e a professor Sonize Lepke é a coordenadora do curso. Há, ainda, coordenadores locais: o professor Jerônimo Sartori no Campus Erechim, a professora Marciane Maria Mendes no Campus Laranjeiras do Sul e a professora Aline Fernandes dos Santos no Campus Chapecó.
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