Professor do Campus Realeza explica sobre os cuidados com os animais durante a pandemia de COVID-19
Atuando na área de saúde pública e epidemiologia, o professor do curso de Medicina Veterinária, Iucif Nascif Junior, fala sobre os cuidados com animais domésticos e de produção.

Publicado em: 30 de março de 2020 14h03min / Atualizado em: 30 de março de 2020 14h03min

Devemos ficar preocupados também com os animais diante da pandemia causada pelo novo coronavírus? De acordo com o professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Fronteira (UFFS) – Campus Realeza, Iucif Nascif Junior, que atua na área de saúde pública e epidemiologia, essa é uma dúvida que vem crescendo, porém não é motivo de temor, tomando-se certos cuidados.

Não há evidências que comprovem que os animais possam ser acometidos pelo COVID-19, conforme explica Nascif Junior: “De maneira geral, cada espécie animal têm o seu tipo de coronavírus, mas que causam doenças específicas. Então, existe coronavírus em cães, em gatos, em aves, mas elas não são transmitidas para humanos, assim como este vírus que está causando a pandemia não é transmitido para os animais”, detalhou.

Sobre os cuidados para com os animais domésticos, o professor recomenda evitar saídas desnecessárias. “Temos que lembrar que é a partir do contato interpessoal que ocorre a transmissão do COVID-19, por aerossóis ou quando tocamos alguma superfície contaminada, como maçanetas, portas, botões, entre outros. O melhor é deixar para sair com o animal quando houver pouca gente na rua”, destacou.

O professor também dá dicas de como fazer a limpeza dos pelos dos animais: “Para fazer a assepsia dos animais podemos borrifar uma solução feita com um litro de água, quatro colheres de água sanitária e uma colher de vinagre. Essa solução pode ser aplicada sem problemas, sempre tomando cuidado com os olhos e nariz do animal”, explicou.

Outro ponto importante levando por Nascif Junior, é o abandono de animais por conta do medo e da desinformação. “Como já foi dito, o COVID-19 acomete apenas os humanos e não há problema de transmissão aos animais, porém o abando gera dois grandes problemas: o primeiro de ordem jurídica, pois abando é considerado crime de maus tratos; o segundo é que quanto mais animais soltos na rua, mais podemos ter problemas como mordedura, acidente de trânsito e risco de zoonoses. Não há necessidade nenhuma de abandono”, reforçou.

Quanto aos animais de produção, como suínos, bovinos e aves, o produtor rural deve fornecer alimentação e manejo adequados, de acordo com a espécie. “Eles não sofrem e nem oferecem perigo, pensando no coronavírus humano”, disse.

Para aquelas pessoas que já tenham sido infectadas pelo novo coronavírus, o professor recomenda o isolamento, inclusive dos animais. “Apesar de não haver, no momento, alguma demonstração sobre o risco de contaminação entre humanos infectados com o COVID-19 e os animais, é importante que essa pessoa doente fique em isolamento e não tenha contato com seus animais de estimação. Em isso não sendo possível, é necessário que a pessoa utilize máscara ao ter contato”, comentou.