Publicado em: 27 de junho de 2017 16h06min / Atualizado em: 29 de junho de 2017 13h06min
Nesta terça-feira (27), os acadêmicos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza apresentaram resultados sobre um breve estudo sobre a utilização de agrotóxicos no município de Realeza. Com a oficina "Nem tudo que reluz é ouro", o grupo apresentou dados da pesquisa, além de promover a sensibilização dos produtores sobre os riscos ambientais e à saúde humana com o uso extensivo de agrotóxicos.
O estudo foi realizado em sete comunidades rurais de Realeza, com a participação de 80 agricultores. O objetivo foi analisar e avaliar o nível de conhecimento dos usuários de produtos agroquímicos na prática da agricultura. "Também buscou-se estabelecer uma possível relação dos agrotóxicos com a contaminação das águas superficiais e subterrâneas, tanto quanto a saúde humana e ao meio ambiente", aponta o estudo produzido pelos acadêmicos.
Entre os questionamentos realizados, estavam os tipos de agrotóxicos mais utilizados, sendo os herbicidas os mais consumidos (66%), depois os inseticidas (18%), os fungicidas (15%) e os larvicidas (1%). A aplicação dos produtos é realizada com mais frequência no plantio de soja (35%), milho (25%), pastagens (16%), trigo (8%), hortaliças (7%), feijão (6%)e limpeza (3%).
Também foi questionado se os agricultores têm conhecimento sobre a possível contaminação das águas, sendo que 82% afirmaram que estão cientes. Em contrapartida, 69% dos entrevistados afirmaram que não realizam o tratamento de água.
A conclusão do estudo confirmou que os agricultores têm, pelo menos, o mínimo de consciência acerca do assunto, dos males que os agrotóxicos podem causar. "O que devidamente lhes falta é o entendimento de que o produto final gerado, acima do monetário, pode ser muito mais hostil, em termos da própria saúde, dos demais familiares e envolvidos no processo, assim como para todo o meio ambiente", expõe a conclusão do trabalho acadêmico.
Ao final da oficina, os acadêmicos repassaram orientações sobre técnicas alternativas para não utilização de agrotóxicos, como receitas de defensivos naturais que levam urtiga, cavalinha, arruda e fumo, que podem ser utilizadas para o controle de pragas no campo, sem agredir o meio ambiente.
Mais sobre "Nem tudo que reluz é ouro"
O estudo foi desenvolvido a partir do componente curricular Projeto Integrador do curso de Ciências Biológicas. O projeto busca propiciar aos estudantes um espaço para reflexão e discussão sobre conhecimento e ciências, com foco nas ciências biológicas, bem como oportunizar experiências de Ensino, Pesquisa e Extensão de forma interdisciplinar.
O trabalho foi realizado pelos acadêmicos Alini de Almeida, Jardel Brugalli, Jackson da Silva, Mauricio Kwiatkowski e Raffaella Pfeifer Duarte, com a orientação das professoras Gilza Maria de Souza Franco e Gisele Louro Peres e da técnica em Química Edinéia Sartori Schmitz. A divulgação dos resultados contou com a colaboração da Prefeitura de Realeza e do Sindicato dos Trabalhares Rurais.
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