Metodologia criada na UFFS – Campus Chapecó diminui custo, temo e resíduos em pesquisas

Publicado em: 06 de fevereiro de 2017 15h02min / Atualizado em: 02 de março de 2017 06h03min

Menos custo, menos tempo e menos resíduos. A nova metodologia criada pelo professor da UFFS – Campus Chapecó, Sérgio Alves Junior, e dois egressos do curso de Engenharia Ambiental, Angela Alves dos Santos e Junior Romeo Deoti, quantifica açúcares redutores em amostras com várias vantagens em relação ao método clássico, utilizado pela primeira vez ainda na década de 1950. Os resultados do trabalho foram publicados na revista Brazilian Journal of Food Tecnology no início deste ano.

Imagem mostra mão segurando placa com 96 poços, alguns preechidos com líquido de cores alaranjada e amarela

O trabalho foi realizado durante cerca de oito meses, durante a realização de outra pesquisa, financiada pelo CNPq. A intenção era utilizar menos tempo para quantificar os açúcares redutores, visando agilizar a pesquisa que estavam realizando. “Estávamos trabalhando com isolamento e caracterização de leveduras de vinhos coloniais da região e, para a caracterização, precisávamos determinar a concentração dos açúcares glicose e frutose nos meios fermentativos”, explica Angela.

Para verificar a concentração, o grupo utilizava um protocolo bastante tradicional (protocolo colorimétrico com o reativo DNS), mas que demanda grande quantidade de reagente, uma amostra maior (colocada em tubos), mais tempo para a realização, já que a leitura é individual, e ainda tem resíduos resultantes do processo.

Para solucionar o problema, o grupo trocou os tubos por placas de 96 poços. Assim, de 1 ml de reagente, eles passaram a precisar de 0,025 ml. Da verificação em cada tubo, passaram a utilizar uma placa, com até 96 amostras distintas, que demora até cem segundos para fazer a leitura.

Para averiguar se o resultado estava correto com a leitura da nova metodologia, outro grupo de pesquisadores, da UFSC, entrou na parceria. Lá, fizeram a determinação da concentração dos açúcares em um cromatógrafo, equipamento bastante preciso. “Em nenhuma das 60 amostras houve mais de 10% de diferença das leituras feitas no cromatógrafo e pela nova metodologia”, ressalta o professor.

Conforme ele, a metodologia pode ser utilizada por pequenas indústrias, mas, especialmente, por pesquisadores. “O método se adapta muito bem à realidade de pesquisa brasileira”, avalia . Prova disso é que, com a apresentação do trabalho e publicação do resumo nos anais do SEPE, um pesquisador da UFMG entrou em contato para pedir mais informações.

O professor também colocou o trabalho em uma rede social mundial de pesquisadores. “É possível contabilizar quantas leituras são feitas pela rede social. Em uma semana foram vinte leituras do artigo”, finaliza.