Grupo de pesquisa do Campus Cerro Largo lança Informativo para divulgação de seus estudos
Tema desta primeira edição é Agrotóxico e Saúde do Trabalhador Rural

Publicado em: 30 de julho de 2020 10h07min / Atualizado em: 30 de julho de 2020 11h07min

O Grupo de Pesquisa Agrotóxico, Saúde e Ambiente (GPASA) da UFFS – Campus Cerro Largo lançou, nesta semana, o Informativo Saúde Ambiental, disponível em PDF para leitura. O boletim será semestral, acessível a qualquer interessado e tem por finalidade divulgar os resultados das pesquisas sobre a relação entre saúde humana e o ambiente. Nesta primeira edição, em razão da pandemia, será disponibilizada apenas a versão digital. Nos próximos semestres, haverá distribuição impressa tanto para os agricultores quanto para a população em geral.

O Informativo é resultado de um projeto financiado pelo CNPq e suas ações envolvem pesquisas com agricultores de toda a região das Missões sobre o uso de agrotóxicos, além de coleta de sangue para fazer o exame de Colinesterase - que avalia intoxicação aguda por agrotóxicos - realização de oficinas e a divulgação dessas pesquisas para a comunidade da região. “Pretende-se contribuir com evidências sobre os fatores a que os agricultores estão expostos no uso de agrotóxicos, e a elaboração do Informativo tem o fim de divulgar as informações à população e aos gestores públicos, subsidiando políticas educacionais e de promoção da saúde”, explica a coordenadora do projeto e professora da UFFS, Iara Endruweit Battisti.

Resultado das pesquisas

Foram entrevistados 292 agricultores, entre 2018 e 2019, de 12 municípios da região missioneira selecionados de maneira aleatória. As entrevistas, segundo Iara, foram realizadas nas casas dos agricultores. Eles responderam um questionário com cerca de 45 perguntas sobre temas como tempo de uso de agrotóxicos, quantidade e tipo de agrotóxicos utilizados, destino de embalagens vazias, intoxicações prévias por agrotóxicos, percepção sobre o riscos dos agrotóxicos, entre outras. Dos entrevistados, 39% relatam algum tipo de mal-estar durante ou após a aplicação dos agrotóxicos, como por exemplo, dores de cabeça, vômito, tontura, enjoo, dor de estômago, entre outros. Mais de 75% deles consideram esse produto nocivo para a saúde.

De acordo com a professora Iara, “diante do uso intenso de agrotóxicos, a maior parte da população encontra-se, de alguma forma, exposta a esses produtos, entretanto, são os agricultores que compõem o grupo com maior risco de intoxicação porque estão em contato direto com essas substâncias. Portanto, o uso correto e seguro nas diferentes atividades cotidianas dos agricultores são imprescindíveis para a redução do risco de intoxicação, causando efeitos adversos à saúde a curto, médio e longo prazo”, informa.

A partir desse projeto, já foram defendidas duas dissertações de mestrado e executados projetos de iniciação científica, estiveram envolvidos seis mestrandos, quatro alunos de graduação e quatro professores da UFFS. Ainda contamos com a colaboração de professores da Unijuí, caracterizando-se, então, como um projeto interinstitucional”, aponta. Iara também destaca o pioneirismo desse tipo de pesquisa nas Missões: “Esse projeto é inédito na região. Trouxe resultados bem importantes que apontam para a necessidade de mais pesquisas e ações interdisciplinares focadas em agrotóxico e saúde do trabalhador rural”, afirma.
As próximas pesquisas abordarão a saúde da família desses agricultores, como a saúde da mulher e da criança no meio rural.

 

Acesse o Informativo Saúde Ambiental no arquivo anexo a esta notícia.

 

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